Breve resumo de alguns pontos importantes do livro: BPM “ Manual de Observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores”.
Manual de observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores
O livro “Manual de Observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores” apresenta de forma sucinta procedimentos da (BPM), ou seja, Bateria Psicomotora. O livro expõem os critérios avaliativos do desenvolvimento psicomotor. Sendo eles o desenvolvimento da tonicidade, equilibração, lateralidade, noção de corpo, estruturação espaço-temporal, praxia global (coordenação motora grossa) e praxia fina (coordenação motora fina).
BATERIA PSICOMOTORA (BPM) destinada ao estudo do perfil psicomotor da criança
Em primeiro lugar o livro: “Manual de Observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores” para a aplicação do teste de bateria psicomotora. Na (BPM) são estabelecidos níveis de pontuação que vão de 01 até 04. De acordo com a desenvoltura nas atividades designadas. Assim sendo o teste tem como finalidade analisar estimativamente os sinais psicomotores e equipará-los com as funções básicas do cérebro. Desta forma descobrindo o potencial de aprendizagem que a criança avaliada possui.
A (BPM) avalia de forma inicial se existe na criança desvios posturais, controle respiratório, lateralização, equilibração, noção do corpo, tonicidade, bem como a estrutura-temporal, praxia global e praxia fina. Dentro de todos os itens analisados, de acordo com o desempenho no teste, a criança recebe uma pontuação na (BPM) que são:
Cotação 01: classificado como apraxia (incapaz de realizar) insatisfatório. Atividade realizada de forma imperfeita, inadequada, incompleta apresentando evidência de dificuldade de aprendizagem.
Cotação 02: classificado como dispraxia (realização com dificuldades) satisfatório. A criança consegue realizar o que é proposto, mas com dificuldade na execução de tarefas simples.
Cotação 03: classificado como eupraxia, ou seja,(Boa coordenação dos movimentos) bom. Consegue fazer realizações de forma completa, controlada e adequada não apresentando dificuldades na realização e não apresentando indícios de dificuldades para desenvolver a aprendizagem.
Cotação 04: classificado como hiperpraxia (Bem controlada) excelente. Realização perfeita e bem controlada; caracterizando um sujeito que possui facilidade de aprendizagem.
Fatores avaliados segundo a BPM:
O teste psicomotor, contudo analisa de forma global todos os aspectos físicos e cognitivos. Os critérios avaliativos são baseados na capacidade que o avaliado tem em realizar tudo o que foi solicitado e como seu corpo se comporta ás circunstâncias que foi exposto. Dentro dos parâmetros estabelecidos de avaliação, são considerados os aspectos afetivos, qualidade na realização das tarefas, a iniciativa que o sujeito apresenta em relação suas ações, as questões cognitivas, a comunicação, dentre outros.
De acordo com o livro: “Manual de Observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores” A (BPM) tem como objetivo detectar problemas que comprometam a integridade da criança nos aspectos psicomotores, causando sinais que indiquem problemas tais como: postura, tônus muscular, o domínio do equilíbrio do corpo, lateralidade, sequência de movimentos realizados, o ritmo do corpo, concentração para realizar tarefas, comportamento, estado emocional dentre outros fatores que apresente algo fora dos padrões de desenvolvimento das condições psicomotoras.
1- Grau de Tonicidade e Equilíbrio;
A tonicidade se trata de capacidade de contração das fibras musculares. Exercendo papel fundamental no desenvolvimento motor, que é o responsável pelas atitudes, postura, mímicas, emoções, e por onde emergem todas as atividades motoras humanas .
A princípio o equilíbrio do corpo é um conjunto de aptidões em repouso (sem movimento) e em processo (com movimento). Essa condição abrange o controle postural e o desenvolvimento das capacidades de movimentação.
O equilíbrio estático é caracterizado pelo tipo de equilíbrio alcançado em determinada ordenação, ou de apresentar aptidão para sustentar uma determinada postura sobre uma base.
Em conclusão o equilíbrio dinâmico é aquele caracterizado pelo corpo em movimento, determinando constantemente transformações e variações alterações da base de apoio corporal.
2- Lateralização, Noção do Corpo e Espaço – Temporal
Lateralidade
A lateralidade se trata do domínio de um dos lados do corpo, ou seja; um dos lados do corpo irá se manifestar com mais agilidade, força e precisão sobre o outro.
Esta precisão em um dos lados do corpo é estabelecida pelo comando lateral do mesmo lado do corpo, ou seja, se o lado predominante do sujeito. Se for o direito, ele irá ter maior controle das mãos, pé e olhos do lado direito. A predominância que o sujeito tem a respeito de um dos lados do corpo, faz com ele tenha um desempenho melhor com o lado predominante de seu corpo.
Durante a infância ocorre a confusão da lateralidade na criança. A criança quando pequena não consegue cruzar a linha média do corpo, sou seja, quando deseja pegar um objeto, ela costuma usar a mão que está mais próxima. Por volta de 2 a 3 anos, a criança consegue cruzar a linha média do corpo. A partir de 4 a 5 anos ocorre a lateralidade manual (preferência por um dos lados).
Noção Corporal
A noção corporal ou esquema corporal é a capacidade de consciência que a criança tem perante a relação com seu corpo, ou seja, conforme a criança vai atingindo sua maturidade e interagindo com o meio em que vive, vai aos poucos criando consciência a respeito de si e as partes de seu corpo. Conforme a criança vai criando consciência de si e como usar seu corpo, ela descobre inúmeras possibilidades e compreende que pode usar seu corpo para se expressar.
Estruturação espaço-temporal
Quando a criança nasce, ela não possui noção do espaço em que vive desta forma, não consegue fazer distinção entre objetos e seres humanos. A capacidade de reconhecer e interagir com o meio não é algo inato (que o sujeito nasce), e sim algo que vai se adquirindo conforme a interação com o meio e a maturidade do sujeito.
A percepção e orientação espacial é a capacidade da criança conscientizar-se em relação ao seu corpo em contato com o meio ambiente, sabendo reconhecer o lugar que está inserido, sabendo que pode se relacionar com as coisas (objetos), e seres humanos.
A aquisição da estruturação espaço-temporal inicia-se a partir de quando o bebê começa a focar sua visão em objetos e deseja pegá-los. Com isso ocorre a interação com o meio. A criança de acordo com suas capacidades motoras de locomoção, ela tenta ir ao encontro do objeto que deseja pegar. Essa ação de ir ao encontro de algo, vai contribuindo para o desenvolvimento da percepção e orientação especial, pois a criança aprende e se desenvolve explorando o espaço em que ela vive.
3- Praxia global e fina (coordenação motora)
Quando falamos a respeito da coordenação motora, nós mencionamos as aptidões que o sujeito tem perante seus movimentos e a forma como ele controla o seu corpo.
Praxia Global
A praxia global ou coordenação motora grosa, se trata dos movimentos realizados por meios dos músculos grandes do corpo sendo eles: braços, pernas, cabeça, ombros e pescoço. Com esses músculos grandes do corpo, podemos realizar tarefas tais como: pegar e lançar objetos, andar, chutar, correr, pular e dançar. A Praxia é caracterizada pela capacidade de realizar movimentos pensados com o objetivo específico.
Praxia Fina
Na praxia fina ou coordenação fina, os movimentos realizados exigem o uso de pequenos músculos, como no caso das (mãos e dedos, rosto e olhos). Os pequenos músculos exercem um papel mais delicado e preciso, ou seja, os movimentos são mais preciso e exigem maior fixação como: pegar objetos de porte pequeno, desenhar, pintar, dentre outros. Na coordenação motora fina, a atenção em relação a atividade é maior pois é exigido uma fixação maior visual para se executar procedimentos mais complexos. A atividade em que se exige tanto a visão quanto as mãos é caracterizada como viso-motora.
Leia o livro: FONSECA, Vítor da. Manual de observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Rio de Janeiro: Wak, 2012.