As Teorias da Aprendizagem e a Relação Professor Aluno

As Teorias da Aprendizagem e a Relação Professor AlunoO ser humano é um ser de relações. Como vimos nos tópicos anteriores, desde o nascimento a pessoa estabelece relações afetivas e sociais, inicialmente para sua sobrevivência, depois para interagir socialmente, desenvolver sua aprendizagem, construir-se um sujeito capaz de ser, estar, produzir, desenvolver-se no contexto social, histórico e cultural em que habita.

Desse modo, o ser humano busca permanentemente estabelecer relações nos diversos espaços em que transita. E a escola é um espaço singular de construção de relações, desenvolvimento e aprendizagem.

Tão importante que, por vezes, define os caminhos que serão trilhados pelo sujeito para toda sua vida. As relações que perpassam o contexto escolar, especialmente as estabelecidas entre professor e aluno exercem forte influência no processo ensino-aprendizagem.

Nesse contexto, destacamos novamente, conforme formulações de Ausubel (1980), duas condições necessárias para que a aprendizagem escolar seja significativa. A primeira é que o conteúdo deve ser potencialmente significativo e, a segunda, que o aluno deve ter uma atitude favorável para aprender significativamente.

Tais proposições evidenciam a responsabilidade – tanto do professor quanto do aluno – para com o processo de aprendizagem e a necessidade de engajamento mútuo nas ações a serem desenvolvidas.

Para que um conteúdo seja potencialmente significativo deve despertar o interesse do aluno pela aprendizagem, mas para isso, é necessário que o professor possua um olhar atento e sensível aos interesses e necessidades do aluno.

Isso não é tarefa fácil diante de turmas com número elevado de alunos e muitas outras peculiaridades. Contudo, é preciso ter clareza que a aprendizagem é um processo individual e, por isso, não ocorre da mesma maneira para todos os alunos.

Naturalmente, ao ensinar o professor tem a intenção de fazer com que o aluno adquira significados que são pertinentes no contexto da matéria estudada, e a partir desses significados construa conhecimentos e busque a aplicabilidade desse conhecimento em sua vida (SALVADOR, 1994).

Assim, a utilização de diferentes recursos didáticos e metodológicos favorece potencialmente a aprendizagem do aluno, visto que ele pode acessar as informações pela via sensorial que lhe é mais favorável (auditiva, visual, tátil, etc.). Quanto mais diversificadas as estratégias de ensino utilizadas pelo professor, tanto maior será a compreensão do conteúdo pelos alunos.

O trabalho em sala de aula se diferencia quando o aluno é instigado a ampliar seu conhecimento a partir de textos fundamentados em dados e pesquisas e desafiado a atribuir significado aos mesmos relacionando-os com sua prática. Ao contextualizar o saber produzido, compreende sua dimensão social bem como sua aplicabilidade em prol do bem comum.

Todavia, o empenho e a competência do professor não são suficientes para garantir a aprendizagem do aluno. É fundamental que este tenha uma atitude favorável para aprender significativamente, o que implica “atenção e esforço, autodisciplina, perseverança nos estudos e trabalhos escolares” (SOUZA, 1998, p.105).

Ao observarmos o caráter individual e intransferível da aprendizagem salientamos a necessidade de o aluno criar bons hábitos de estudos e compreender que é sujeito ativo no processo de aprender.

Entretanto, embora a aprendizagem seja um processo individual, a construção do conhecimento se dá coletivamente. E neste contexto a relação professor/aluno não deve ser uma relação de imposição, mas sim de cooperação e de respeito, mediada pelo diálogo e pelo afeto.

Ao aluno, compete ser ativo e interativo no seu processo de construção do conhecimento. Ao professor, por sua vez, cabe ser o mediador desse processo, facilitando o acesso aos diferentes instrumentos culturais e a construção e apropriação de significados acerca dos mesmos (VYGOTSKY, 2007). Cognição e afetividade são aspectos inseparáveis, presentes em qualquer atividade humana.

O afeto influencia o modo como se constrói o conhecimento. Quando as relações construídas em sala de aula são mediadas pelo afeto (positivo e saudável), a empatia entre os sujeitos do processo de aprendizagem poderá ser o fio condutor no desenvolvimento de todas as ações necessárias ao sucesso da aprendizagem (GALVÃO, 1995).

Título : Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem

Autoras : Josieli Piovesan,  Juliana Cerutti Ottonelli , Jussania  Basso Bordin e Laís Piovesan

Fonte: Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem [recurso eletrônico] / Josieli Piovesan … [et al.]. – 1. ed. – Santa Maria, RS : UFSM, NTE, 2018.

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