Pedagogia da infância: dialogando com o passado: construindo o futuro

Pedagogia(s) da infância: dialogando com o passado: construindo o futuro

No livro Pedagogia da infância: dialogando com o passado: construindo o futuro os autores do livro desmistificam as questões do ensino tradicional a fim de propor uma educação voltada para uma visão construtivista.

Pedagogia da Transmissão (tradicional)

A pedagogia da transmissão (perspectiva transmissiva) se trata da prática educativa voltada para a memorização de conteúdos, exercícios repetitivos e todas as formas de ensinar do modo tradicional com o intuito de fazer o aluno decorar conteúdos.

Formosinho questiona a questão do currículo praticado em Portugal que em sua prática pedagógica, trabalha com o ensino pronto, ou seja formulado, independente do contexto de vida dos alunos e classe social em que se encontram.

Segundo o livro: Pedagogia da infância: dialogando com o passado: construindo o futuro o trabalho com pedagogia da transmissão não leva em consideração as necessidades dos alunos, o contexto social em que estão inseridos e nem mesmo os educadores que ensinam segundo Formosinho.

Dessa maneira para que a educação esteja voltada e assegure a igualdade social, respeitando a pluralidade, é importante que a organização escolar tenha princípios e características voltadas para a realidade de vida da escola, comunidade e os alunos que ali frequentam.

Características da pedagogia da transmissão:

A pedagogia da transmissão trabalha com:

  • Métodos centrados no professor com o objetivo de transmitir conteúdos estabelecidos;
  • Os objetivos curriculares visam o aprendizado acelerado;
  • Os conteúdos de transmissão se utilizam de uma linguagem inapropriada e adultizada;
  • O método de aprendizagem ocorre somente por meio do ensino técnico e por observação;
  • As atividades realizadas pela criança são tradicionais, não é admitido trabalhar a experiência de vida das crianças e as atividades são focadas em evitar erros e corrigi-los;
  • O papel do professor se resume apenas em aplicar conteúdos e tarefas, acomodar os conhecimentos e reforça-los com o intuito de avaliar e registrar o desempenho da classe.

A pedagogia transmissiva trabalha com ideias formadas sem levar em consideração as peculiaridades da criança. Assim sendo não consideram as experiências que as crianças possuem. Lidam com as crianças como se fosse uma folha em branco.

Na perspectiva transmissiva, a criança exerce um comportamento obediente e inativo frente ao objeto de conhecimento. Ou seja, a criança é ensinada para estar de  acordo com os parâmetros estabelecidos pela sociedade.

O professor que trabalha com a perspectiva transmissiva, em sua prática pedagógica, lida de forma resignada frente as propostas estabelecidas, desse modo apenas exercendo a função de transmitir o que lhe é confiado.

Pedagogia da Participação (construtivista)

Na pedagogia da participação, a educação é focada na criança. Considera como fator importante como ocorre o processo de aprendizagem e como se constrói o conhecimento. A educação seguindo a perspectiva construtivista é estruturada em torno dos saberes,  bem como compreendendo que a criança é um ser ativo.

Segundo Formosinho, a pedagogia participativa requer permitir que a criança expresse seus pensamentos; esteja ativamente participando e que suas experiências de vida sejam reconhecidas e respeitadas.

Características da pedagogia participação:

A pedagogia da participação trabalha com:

  • Método voltado para a aprendizagem por meio da descoberta;
  • Conhecimento interligado aos fatores culturais do sujeito;
  • Envolvimento da experiência de vida com o processo de aprendizagem;
  • Materiais que permitam a experimentação e a interação com o meio de forma empírica;
  • Aprendizagem com atividades lúdicas, visando atividades espontâneas e prazerosas;
  • Avaliações centradas na criança de forma individual, considerando os processos, desenvolvimento e mediando de forma reflexiva as conquistas e o que ainda falta alcançar;
  • Interação entre o professor e a criança, entre criança e criança e entre os materiais;
  • Estruturação do ambiente e conteúdos de acordo com a necessidade das crianças;

A finalidade da educação sob o olhar da pedagogia da participação é criar nas crianças e reforçar nelas a participação, autonomia e personalidade, preparando elas vai agir futuramente de forma ativa na sociedade.

Seguindo a visão construtivista por Piaget, o conhecimento ocorre a partir da interação com o meio, ou seja, o sujeito e as experiências no qual ele vivencia. Segundo Formosinho, quando a criança participa da construção do currículo, os conteúdos se tornam significativos e a experiência interligada ao conteúdo faz com que o objetivo de aprendizagem seja alcançado de forma eficaz.

Por que trabalhar com jogos de forma lúdica?

Quando propomos atividades lúdicas em que a criança se sente a vontade, ela age de forma ativa e interage com o meio. Explora com tudo o que a rodeia, se socializando e criando desta forma sua identidade e autonomia.

Por meio do brincar, sem perceber a criança aprende sobre diversas coisas, compreendendo e exercendo de forma involuntária a concentração e imaginação perante a brincadeira que realiza, expressando experiências sociais que vivenciam e o contexto de vida que estão inseridas.

Enfim Segundo Kishimoto o brincar é uma ação que manifesta liberdade, que transmite prazer. Para que a brincadeira seja lúdica e prazerosa, ela deve ser voluntária. Ou seja, deve ser espontânea de tal forma que não seja realizada de forma obrigatória.

Leia o Livro: FORMOSINHO, Julia Oliveira. Pedagogia da infância: dialogando com o passado: construindo o futuro. Porto Alegre

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