Aprendizagem Por Meio de Jogos Matemáticos

Márcia Beatriz Amplatz

O conhecimento matemático que a criança constrói faz parte de um processo contínuo, na busca de significados, relações, observações e, por meio da exploração de jogos, ela é capaz de descobrir e perceber o espaço, o tempo, as medidas, as formas, etc. Os jogos apresentados durante o processo de aprendizagem da Matemática possuem uma forma mais motivadora na construção do pensamento da criança.

Entre folhas de atividades ou jogos certamente as crianças preferem os jogos, pois a possibilidade de aprender e observar o que seu colega está elaborando, faz com que seja mais crítica na criação de estratégias, tornando o que aprende mais estimulante do que reproduzir somente exercícios. Vários pesquisadores têm desenvolvido seus estudos sobre a importância dos jogos como uma estratégia metodológica a ser usada no dia a dia em sala de aula.

Segundo Kamii e Joseph (1992), os jogos podem ser usados para desenvolver a habilidade da criança ao pensar de forma independente, contribuindo para o processo de construção do conhecimento lógico-matemático. Borin (2002) ressalta que o jogo tem um papel muito importante no desenvolvimento de habilidades de raciocínio como organização, atenção e concentração, aspectos esses necessários para a aprendizagem Matemática.

Kamii e Devries (2009) sugerem uma Matemática em que a criança descreva suas ações, discuta opiniões, levante hipóteses e consiga encontrar uma solução. Para a construção dessas ideias matemáticas o professor deve deixar que a criança explore, manipule e experimente diferentes materiais e estabeleça suas relações por meio do diálogo.

Então, podemos dizer que no trabalho com a Matemática o jogo é uma estratégia que proporciona o desenvolvimento do raciocínio lógico, da criatividade e da capacidade de resolver problemas, fazendo com que o processo de aprendizagem seja significativo para quem ensina e aprende.

Para Kishimoto (2003), o jogo tem a finalidade de desenvolver habilidades de resolução de problemas, possibilitando ao aluno a oportunidade de estabelecer planos de ação para atingir seus objetivos, executar suas jogadas e avaliar sua eficácia nos resultados. Existem vários jogos que possibilitam ao aluno desenvolver seu plano de ação. No jogo “Quadrado do 15” a criança deve atingir um objetivo – encontrar os números que somados formam quinze nas laterais, horizontais e diagonais.

Assim, o jogo torna-se um estímulo à capacidade lógica e ao raciocínio.

QUADRADO DO 15

Participantes – Duas crianças.

Indicado para anos iniciais – 2º e 3º anos do Ensino Fundamental.

Material – Papel-cartão/cartolina/sulfite 15 cm X 15 cm, tampinhas numeradas de 1 a 9. Pedir que as crianças dividam a folha como se fossem jogar o “Jogo da Velha”, formando o tabuleiro.

Tópicos de aprendizado – Formas geométricas planas; adição.

Desenvolvimento – As crianças devem colocar as tampinhas sobre o tabuleiro de forma que a soma das três tampinhas em cada coluna, e também em cada linha, tenha como resultado o número quinze. A dupla deve explorar todas as combinações possíveis. É pertinente que as crianças realizem o registro de suas hipóteses.

Cabe destacar que, talvez, na primeira jogada, a criança não consiga preencher todas as combinações. O jogo deve ser feito em vários momentos. Podemos jogar por níveis, como, por exemplo: nível 1 – somente as combinações na horizontal; nível 2 – somente nas verticais; nível 3 – as combinações na horizontal e vertical; nível 4 – as combinações na diagonal, e assim sucessivamente.

Para a criança estar familiarizada com o trabalho de linhas e colunas nas turmas de Educação Infantil e na turma do 1º ano do Ensino Fundamental, podemos trabalhar com o Jogo da Velha em diferentes versões.

Aprendizagem Por Meio de Jogos Matemáticos

FONTE: Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental : saberes e práticas

DOWNLOAD: Educação infantil e anos iniciais do ensino fundamental : saberes e práticas / autores Catarina de Souza Moro [et al] / organizadores: Arleandra Cristina Talin do Amaral, Roseli Correia de Barros Casagrande, Viviane Chulek. – Curitiba : SEED–PR., 2012

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