O Humanismo de Carl Rogers

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Ao final do século XIX e durante as primeiras décadas do século XX, a psicologia passou a ter o status de ciência, desenvolvendo propostas metodológicas junto às diversas teorias sobre o funcionamento da mente e o comportamento humano. O Humanismo teve seu início em meados do século XIV, na Itália, em meio à transformação do homem medieval para o homem moderno, entre o final da Idade Média e o início do Renascimento.

Com o humanismo, o homem volta a ser centro das coisas após o período dominado pela Igreja. A educação do Renascimento foi centrada no homem, com inclusão da cultura do corpo,O Humanismo de Carl Rogers alcançava a formação burguesa não chegando à população em geral.

A partir da segunda metade do século XX, o Humanismo de Carl Rogers (1902-1987) fez-se tão forte e com tantos adeptos que poderia também ser considerado como uma escola da psicologia. A Psicologia Humanista concentra-se no conceito de valorização da pessoa como um todo. Carl Rogers sofreu profundas influências do conceito de Adler (1870-1937) de busca da perfeição onde Adler (1961) diz o seguinte:

“A primeira coisa que descobrimos na vida psíquica é que seus movimentos se dirigem a um fim. (…) A vida psíquica do homem é determinada pelo seu objetivo. Homem nenhum pode pensar, querer, sonhar sem que estas atividades sejam determinadas, continuadas, modificadas e dirigidas para um objetivo constante. Isso resulta da necessidade de adaptação do organismo ao meio envolvente (…). Assim, todos os fenômenos da vida da alma podem ser considerados como preparação para alguma situação futura. Parece-nos impossível conceber a alma como outra coisa senão força a agir rumo a um objetivo – e a Psicologia Individual considera todas as manifestações da alma humana como dirigidas para um objetivo”.

Com isso, concluímos que podemos, como diz Adler, passar de um sentimento de inferioridade para um sentimento de domínio. As pessoas que vivem todo o seu potencial são aquelas que tendem a viver plenamente cada momento da vida, deixando-se guiar por seus próprios instintos, sem levar em consideração outras opiniões.

Seus pensamentos ficam livres e com alta criatividade. O pensamento de Carl Rogers influenciou a educação centrada no aluno, a espontaneidade, as questões de aconselhamento psicológico no ambiente escolar, a relação educação e pedagogia sendo importantes contribuições da Psicologia por uma escola atualizada e renovada através de atitudes facilitadoras da aprendizagem.

O modelo educativo proposto por Rogers, no âmbito da Abordagem Centrada no homem e que designou por Aprendizagem Centrada no Aluno, tem como objetivo principal que o aluno tenha uma participação ativa no seu processo de aprendizagem. Para o humanismo, a educação não deveria se limitar aos saberes necessários para um exercício profissional específico. O humanismo aparece inserido em quase todas as concepções pedagógicas do século XX. Mizukami (1986) identifica dois enfoques tipicamente humanista, predominantes principalmente no Brasil: de Carl Rogers e Alexandre S. Neill.

O ensino nessa abordagem é totalmente centrado no aluno que aparece como uma pessoa situada no mundo e em processo constante de descoberta. O professor não ensina: apenas cria condições para que o os alunos aprendam. O papel do professor se assemelha ao do terapeuta e o do aluno ao do cliente. Isso quer dizer que a tarefa do professor é facilitar o aprendizado que o aluno conduz ao seu modo. Rogers propunha ainda uma aprendizagem significativa que ocorre quando o conteúdo é percebido como relevante pelo aluno.

Desse modo, as experiências pessoais e subjetivas são fundamentais para o conhecimento no processo de ensino-aprendizagem. O importante é aprender a aprender centrando seu processo nas necessidades do aluno. Ainda, como representantes dessa corrente humanista, podemos citar Célestin Freinet (1896-1966), Maria Montessori (1870-1952) e Paulo Freire (1921-1997).

FONTE:

Prado, Margareth Simone Marques. Psicologia da educação / Margareth Simone Marques Prado ._ Cruz das Almas, BA: SEAD-UFRB, 2017.

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