Nosso grande educador brasileiro, Paulo Freire:
Paulo Freire (1921 – 1997) nasceu no nordeste brasileiro, no estado de Pernambuco, grande mestre, um dos educadores mais importantes do século XX, tem seus trabalhos iniciais entre os anos de 1958 e 1964. Conhecido mundialmente, por inúmeros estudos em torno da aprendizagem dos menos favorecidos, atuou principalmente no norte e nordeste do nosso país, seus trabalhos refletem sobre a educação bancária, conteudista, de transmissão e reprodução do conhecimento, que entende o indivíduo como um objeto, ou um produto fim, da educação. Paulo Freire, ao longo de sua vida, pensou em possibilidades para uma educação transformadora.
Refletindo sobre a própria prática, uma das suas obras mais importantes no início de sua carreira, por volta de 1963, foi o método Paulo Freire para alfabetização de adultos, sendo que, era um dos maiores problemas na época. Mas, se pensarmos, ainda se constitui como um tema atual, ele preconizava que uma pessoa não poderia entender, e aprender sobre algo, que não partisse de sua realidade, trazia também, em sua prática, a conscientização de que não se separa a educação da política.
Freire, fez duras críticas ao sistema de ensino, pois, sem refletirmos sobre a realidade em que vivemos não podemos transformá-la, então, seu método, em grande parte, se dá através do diálogo que influenciou o conhecimento de sua prática como dialógica. O Autor foi exilado durante a ditadura militar, que marcou também o fim do programa de alfabetização que Freire havia criado. No período de exílio, Freire, escreveu uma de suas obras mais famosas e lidas do mundo, “Pedagogia do Oprimido”, na qual trata sobre a opressão que seu povo vive.
É necessário pensarmos sobre a realidade que nos cerca para, então, podermos atuar sobre a mesma. Na pedagogia do oprimido, Freire, nos lembra que a educação não é neutra, sendo que todo esse processo educativo é um ato político. Também reflete que a educação deve ser libertadora, dialógica e dialética, atitude que levará o aluno a fazer uma leitura de mundo. O professor tem o papel, importantíssimo, de despertar o aluno para isso, fazê-lo pensar criticamente através das situações que traz para a sala de aula.
Em 1970, Paulo Freire, é convidado para trabalhar em países africanos de língua portuguesa, sendo uma de suas atuações mais importantes neste período, ele reviu algumas posições e práticas do Brasil nos anos 60, e refletia sempre sobre seus conceitos, melhorando-os e modificando sua prática, nesse período ele estava em constante processo de atualização. Nos anos 70, o professor, volta para o Brasil após anistia para os exilados, marcando uma terceira fase na vida de Freire. No Brasil é marcado, durante os anos 80, pelos movimentos sociais.
Nesse sentido, sua prática pedagógica vai ao encontro dos temas geradores, que eram subtraídos do contexto em que seus alunos viviam, para tornar assim a aprendizagem significativa nas diversas disciplinas que formam o currículo escolar. A escola, para Freire, era um lugar de discussão, socialização e construção de conhecimentos através das trocas existentes de cultura, saberes, práticas.
Via o aluno assim como o professor como parte de um processo que tinha o intuito de libertar o homem das amarras de uma educação que via o estudante apenas como depositário do saber que por sua vez estava concentrado no professor. Paulo Freire costumava dizer que “os homens se educam entre si mediados pelo mundo” (FREIRE, 2003, p. 68), ressaltando com isso que, analfabeto ou não, um indivíduo que chega à escola traz consigo uma bagagem, e esta, pode ensinar, também ao professor, aquilo que ele desconhece.
Nesse sentido, Freire, propunha ensinar e aprender, através dos temas geradores, aquilo que o aluno conhece e vivencia, a partir disso, podemos tornar a aprendizagem significativa para o mesmo. Para Freire, a aprendizagem deve se apropriar daquilo que o aluno conhece, sendo o professor um importante motivador para que o aluno compartilhe a sua cultura e suas vivencias. Nesses momentos de trocas, dentro da sala de aula, podem-se trabalhar a criticidade dos educandos, olhando para sua própria realidade.
Nesta subunidade busquei contextualizar a vida de Paulo Freire para que você possa entendê-lo nos momentos de leitura de livros e textos, que serão feitas nesta disciplina, então, trata-se apenas de situar o pensador brasileiro e o legado imenso que o mesmo deixou para a educação, uma vez que, não conseguiria, em poucas páginas, resumir todos os aspectos que ele considera para o ensino-aprendizagem.
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REFERÊNCIAS:
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM / Silva, Juliane Paprosqui Marchi da, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, Santa Maria | RS 2017