Fases do Desenvolvimento Humano

 “Cada período do ciclo da vida é influenciado pelo que ocorreu antes e irá afetar o que virá depois” (PAPALIA; OLDS, 2000, p. 31). Assim, compreendemos que o desenvolvimento é um processo contínuo no decorrer da vida e cada parte do ciclo apresenta suas próprias características. Dessa forma, este item está subdivido em duas grandes fases do ciclo vital humano e as principais características do desenvolvimento de cada fase: infância e adolescência.

Infância

Ariès (1981) expõe que até o século XVII não existia a noção de infância, as crianças eram vistas como adultos em miniaturas, mais fracos e menos inteligentes. Foi somente no século XIX que abriu-se caminhos para o estudo científico do desenvolvimento infantil.

É comum que se subdivida a infância em períodos menores, de modo a aprofundar sua compreensão. Nesse item abordaremos o desenvolvimento infantil conforme três etapas: primeira infância, segunda infância e terceira infância.

Primeira Infância

A primeira infância compreende o período entre o nascimento até os três primeiros anos de idade. O crescimento físico e o desenvolvimento motor ocorrem conforme dois princípios: cefalocaudal, o desenvolvimento avança da cabeça para as partes inferiores e próximo-distal, o desenvolvimento avança do centro do corpo para as partes externas (GALLAHUE; OZMUN, 2005). Estes princípios do desenvolvimento podem ser visualizados na figura 7:

Fases do Desenvolvimento Humano

O crescimento mais evidente do corpo se dá no primeiro ano, embora o crescimento continue rápido durante os três primeiros anos de vida da criança. As capacidades sensoriais, presentes desde o nascimento, desenvolvem-se rapidamente nesse período, além de ganharem controle sobre o movimento de seu corpo durantes os três primeiros meses de vida. As habilidades motoras desenvolvem-se em sequências definidas e a autolocomoção apresenta-se como um evento determinante, gerando mudanças em todas as áreas do desenvolvimento.

Porém, padrões ambientais e culturais podem influenciar o ritmo do desenvolvimento motor (PAPALIA; OLDS, 2000). Cognitivamente, as crianças nessa fase desenvolvem a fala pré-linguística, ou seja, aquela que precede a primeira palavra incluindo o choro, arrulhos, balbucio e a imitação de sons; aos seis meses a criança já aprendeu os sons básicos da língua. Anterior à pronúncia da primeira palavra, as crianças utilizam gestos para se comunicarem, estes consistem em apontar, gestos sociais, representacionais e simbólicos.

Em torno dos nove a 10 meses, a criança começa a compreender a fala com significado e no segundo ano de vida, já consegue falar a língua da cultura na qual está inserida; as primeiras palavras geralmente aparecem entre os 10 e 14 meses, dando início à fala linguística que, diferentemente da fala pré-linguística, não está mais relacionada à idade cronológica. Por volta dos três anos de idade, a criança já desenvolveu razoavelmente a gramática e a sintaxe e a fala é caracterizada pela simplificação, restrição e ampliação do significado das palavras (PAPALIA; OLDS, 2000).

Já o desenvolvimento psicossocial enfatiza os padrões de temperamento da criança nessa fase, os quais são vistos como inatos e podem ser influenciados por mudanças ambientais significativas. Neste período, a criança começa a formar vínculos fortes com os pais ou cuidadores. Há também, o início da percepção de si mesmo (auto-reconhecimento e autoconsciência) e o interesse por outras crianças (PAPALIA; OLDS, 2000).

Segundo a teoria de Erik Erikson, o bebê (0 a 1 ano) está no estágio de confiança básica versus desconfiança básica. Neste estágio a principal tarefa é aprender a confiar na uniformidade e na continuidade dos provedores externos (mãe, cuidadores) e em sua própria capacidade de fazer com que as coisas aconteçam. O bebê aprende a confiar nos adultos e também a confiar em si mesmo, elemento- -chave para um vínculo inicial seguro (HALL, LINDZEY; CAMPBELL, 2007).

Saiba mais: Erik Erikson, foi um psicanalista responsável pelo desenvolvimento da Teoria do Desenvolvimento Psicossocial. Para ele o desenvolvimento ocorre a partir de oito estágios sequenciais. Os primeiros quatro ocorrem durante a infância, um na adolescência e os três últimos na vida adulta e velhice.

No segundo estágio, autonomia versus dúvida, que ocorre no segundo e terceiro ano de vida, novas habilidades físicas levam à livre escolha, a criança aprende a controlar os esfíncteres, a falar, a comer sozinha. Mas pode desenvolver vergonha se não manejar adequadamente a situação. A criança está em processo de separação e individuação, ou seja, ela se percebe, cada vez mais, como alguém diferente dos pais, o que desperta ansiedade. Neste estágio o desafio é tornar-se alguém separado. (HALL, LINDZEY; CAMPBELL, 2007).

Saiba mais: documentário “Babies” (2010) do cineasta francês Thomas Balmès o qual aborda o primeiro ano de vida de quatro crianças com culturas e ambientes diferenciados (Namíbia, Tóquio, Mongólia e São Francisco).

Segunda Infância

Dos três aos seis anos de vida, as crianças vivenciam a segunda infância, também conhecida como os anos pré-escolares. Nessa fase, a aparência da criança muda, suas habilidades motoras e mentais desenvolvem-se amplamente e a sua personalidade passa a ser mais complexa. Na medida em que a criança passa a ter maior controle de seus músculos consegue administrar melhor suas necessidades pessoais (higienizar-se, vestir-se, entre outros) e sua autonomia em vestir-se. Adquire, assim, maior independência e autonomia (PAPALIA; OLDS, 2000).

Em relação aos aspectos do desenvolvimento físico, nessa fase o crescimento aumenta consideravelmente, porém, é mais lento que o período anterior. Geralmente os meninos são mais altos e pesados que as meninas. Os sistemas muscular, nervoso, respiratório, circulatório e imunológico estão em processo de amadurecimento e todos os dentes já estão presentes. Também nesse período o desenvolvimento motor avança rapidamente, sendo que as crianças progridem em suas habilidades motoras gerais e refinadas e na coordenação entre olhos e mãos.

A preferência pelo uso das mãos é evidente a partir do terceiro ano (PAPALIA; OLDS, 2000). Os aspectos do desenvolvimento cognitivo compreendem o aumento do vocabulário, da gramática e da sintaxe. Nesta fase, a fala da criança é privada, ou seja, a conversa se dá em voz alta para consigo mesma, o que a auxilia na aquisição do controle sobre as suas ações. A fala privada tende a desaparecer em torno dos nove ou dez anos. A recordação, o reconhecimento e a memória aumentam nesse período, geralmente aos quatro anos de idade, e podem estar relacionadas ao desenvolvimento da linguagem (PAPALIA; OLDS, 2000).

Acerca dos aspectos psicossociais, é nessa fase que diversos estudos apontam para o desenvolvimento do eu, ou seja, é entre os quatro e doze anos de idade que as crianças desenvolvem gradualmente uma compreensão sobre suas emoções (PAPALIA; OLDS, 2000). A criança já é capaz de manifestar sentimentos mais complexos, como a infelicidade, o ciúme e a inveja. Sente a necessidade de aprovação e aceitação das pessoas com quem convive e confia.

Segundo Erikson, nesta fase a criança está vivenciando o terceiro estágio, iniciativa versus culpa. Neste estágio a criança está mais organizada física e mentalmente. A iniciativa e autonomia possibilitam a organização de atividades em torno de uma tarefa ou meta. Demonstra crescente responsabilidade.

O perigo desse estágio é o sentimento de culpa que pode obcecar a criança por uma busca muito entusiasmada de metas, incluindo fantasias genitais e o uso de meios agressivos e manipulativos para chegar a essas metas. A criança está ansiosa para aprender e aprende bem nessa idade; ela desenvolve seu senso de obrigação e de desempenho. (HALL; LINDZEY; CAM[1]PBELL, 2007, p. 166-167)

A principal atividade da criança nessa fase é o brincar. As brincadeiras estão relacionadas ao desenvolvimento social, emocional cognitivo, variando de cultura para cultura e sendo influenciadas pelos ambientes criados pelos adultos. Através do brincar a criança explora o mundo, imita, se coloca no lugar dos adultos e aprende qual é o propósito dos fatos (PAPALIA; OLDS, 2000). A Figura 8 provoca uma reflexão sobre a crescente inserção das crianças em atividades estruturadas (formais) o que acarreta, muitas vezes, na falta de um espaço para o livre brincar.

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Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança, desde muito cedo, poder se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação. Amadurecem também algumas capacidades de socialização, por meio da interação e da utilização e experimentação de regras e papéis sociais. (BRASIL, 1998, p.22)

Terceira Infância

A terceira infância compreende a faixa etária dos seis aos doze anos de idade, conhecida também como anos escolares, pois a escola, nessa fase, consiste na experiência central, tornando-se focal no desenvolvimento físico, cognitivo e social. Nesse período, as crianças desenvolvem maiores competências em todos os campos. No físico, adquirem maiores habilidades físicas necessárias para participarem de jogos e esportes organizados, ficam mais altas, mais pesadas e mais fortes. É um processo mais lento que os períodos anteriores.

Geralmente os meninos são maiores que as meninas no início dessa fase, ao mesmo tempo em que as meninas passarão pelo surto do crescimento da adolescência mais cedo, tendendo a serem maiores do que os meninos no final dessa fase. Além disso, o desenvolvimento motor permite às crianças na idade escolar participarem de uma ampla gama de atividades; as diferenças nas habilidades motoras entre os gêneros aumentam até a puberdade, principalmente em função da maior força dos meninos e das expectativas e experiências culturais (PAPALIA; OLDS, 2000).

Os aspectos cognitivos envolvem avanços no pensamento lógico e criativo, no juízo na moral, na memória, na leitura e na escrita. Nessa fase, a memória se aperfeiçoa devido o tempo de processamento de informações diminuir e a capacidade de atenção e memória de curto prazo aumentarem; assim, as crianças se tornam mais aptas ao uso de estratégias mnemônicas.

Além disso, a compreensão da sintaxe se torna cada vez mais complexa; o entendimento dos processos de comunicação se aperfeiçoam e a interação entre colegas na escola auxilia no desenvolvimento da alfabetização. A criança desenvolve a noção de autoconceito, possibilitando a formação de sistemas representacionais mais equilibrados e realistas (PAPALIA; OLDS, 2000).

ATENÇÂO: no Brasil, conforme o Estatuto da Criança e da Adolescência (ECA), a adolescência é definida como uma etapa da vida entre os 12 e 18 anos (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008).

Em relação aos aspectos psicossociais, a autoestima liga os aspectos cognitivos, emocionais e sociais da personalidade, assim, a autoestima, ou o valor próprio, dependem do quanto a criança acredita ser competente e do apoio social que recebe. Nessa fase, a cultura é forte fonte de influência nos relacionamentos da criança e nos papéis familiares. Embora a criança nesse período passe menos tempo com os pais e mais com os seus pares, o relacionamento com seus pais continua a ser o mais importante.

Os grupos de pares geralmente consistem em crianças da mesma idade e sexo e desempenham diversas funções, como o desenvolvimento das habilidades sociais, a noção de pertencimento e o fortalecimento do autoconceito (PAPALIA; OLDS, 2000). Nesta fase intensificam-se os laços afetivos com amigos, vizinhos e colegas. Formam-se grupos distintos, meninos de um lado e meninas de outro. E um momento sensível a críticas e avaliações, por qualquer motivo a criança pode se sentir comprometida em sua capacidade de aprender (EIZIRIK; BASSOLS, 2001).

Segundo Eriskon, nesta fase, as crianças (6-12 anos) estão vivenciando o estágio diligência versus inferioridade. O brincar cede espaço aos interesses para novas aquisições, como usar e conhecer instrumentos, máquinas, que a preparem para o mundo adulto. As fantasias diminuem e passam a dedicarem-se à educação formal. “O perigo desse estágio é a criança desenvolver um senso de inferioridade se for (ou fizerem com que se sinta) incapaz de dominar as tarefas que inicia ou que lhe são dadas pelos professores e pelos pais.” (HALL; LINDZEY. CAMPBELL, 2007, p. 168).

Adolescência

A adolescência pode ser definida como a transição no desenvolvimento entre a infância e a idade adulta. Começa aproximadamente aos 12 anos e dura até o início dos 20 anos. Os autores divergem na questão da idade em que inicia e termina a adolescência, e por isso, não podemos afirmar que existe um ponto claro para seu início e para seu fim. Os autores concordam, porém, em considerar que a adolescência se inicia com a puberdade.

A puberdade consiste no processo de maturação sexual, ou seja, a capacidade de reprodução (PAPALIA; OLDS, 2000). As mudanças biológicas decorrentes da puberdade resultam em um rápido aumento da altura e do peso, em alterações nas formas e proporções do corpo e na maturação sexual. Tanto nos meninos quanto nas meninas, a puberdade inicia quando a glândula pituitária na base do cérebro envia uma mensagem às glândulas sexuais para o aumento da secreção de hormônios.

Nas meninas, esse processo resulta em os ovários aumentarem a produção de estrogênio (hormônio feminino), o qual estimula o crescimento dos genitais femininos e o desenvolvimento dos seios. Já nos meninos, os testículos aumentam a produção de andrógenos, especialmente a testosterona, os quais são responsáveis pelo estímulo do crescimento dos genitais e dos pêlos corporais. Assim, os principais sinais da maturidade sexual são a menstruação nas meninas e a produção de espermatozoides nos meninos (PAPALIA; OLDS, 2000).

As características da adolescência reforçam a importância de compreender esta etapa do desenvolvimento que se configura em um período de inúmeras transformações, em que estão presentes modificações emocionais, sociais, físicas e cognitivas. Essas por sua vez, são fundamentais na construção do autoconceito nos adolescentes (EIZIRIK, 2001.; ABERASTURY; KNOBEL, 1992). Cordioli (1998) pontua que é neste período que o adolescente começa a definir sua maneira de ser, diferenciando-se dos demais que o rodeiam.

Este reconhecimento que compreende valores, crenças, gostos, entre outros, resulta da intercessão das vivências primárias e das experiências atuais. É no contexto grupal que o sujeito se identifica e se diferencia e é a partir do olhar do outro que o sujeito se reconhece. Em relação ao desenvolvimento cognitivo, os adolescentes passam a pensar de forma abstrata, sendo capazes de raciocinar de modo hipotético-dedutivo.

Além disso, podem pensar em termos de possibilidades, testar hipóteses e lidar de forma flexível com os problemas (PAPALIA; OLDS, 2000). Cória-Sabini (1986) comenta que a primeira impressão frente a estas mudanças é a ampliação da classificação e da seriação, que passam agora a incluir conceitos abstratos, como justiça, verdade, moralidade, perspectiva e conceitos geométricos. Em seguida, visualiza-se o desligamento da realidade física permitindo ao adolescente raciocinar com acontecimentos reais ou abstratos, considerando não apenas seus aspectos imediatos e limitantes, mas hipotetizar as possíveis consequências de cada uma das soluções propostas.

Além disso, Barros (2008) afirma que durante esse período de busca e indecisão, o adolescente caracteriza-se pela introversão (voltar-se para dentro), pois está constantemente ocupado com seus próprios sentimentos, tendendo a se entregar facilmente ao devaneio e se interessar por narrativas, sendo comum a sua identificação com os heróis que dela fazem parte. Socialmente, os adolescentes vivenciam a questão central da busca pela identidade por meio de componentes ocupacionais, sexuais e de valores.

A sexualidade, nesse sentido, assume importante papel na formação da identidade e a orientação sexual está diretamente influenciada pela interação de fatores biológicos e ambientais. Em relação aos seus relacionamentos, os adolescentes costumam não possuir uma relação muito harmônica com seus pais, ou seja, ocorre o processo de individualização dos pais. Passam a maior parte do tempo com seus amigos, os quais desempenham importante papel no seu desenvolvimento, tornando-se mais íntimos, além da tendência à formação de grupos e o início das relações sexuais (PAPALIA; OLDS, 2000; EIZIRIK, 2001).

Todos nós temos a necessidade de pertencer a um grupo. Para o adolescente, essa necessidade costuma ser ainda maior. Ele quer se ver e se mostrar diferente dos pais, mas ainda precisa de uma referência externa, que acaba, na maioria das vezes, sendo o grupo de amigos. A figura 9 retrata uma manifestação adolescente muito comum, a de querer ser igual a todo mundo (do seu grupo) e, ao mesmo tempo, singular.

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O adolescente reflete sobre o mundo social e constrói conceitos a respeito dele, o que lhe permite integrar-se no mundo profissional, político e social do adulto. Suas reflexões acerca das ideologias dos adultos possibilitam construir a sua concepção de mundo (CÓRIA-SABIBI, 1986). A partir de suas posições ideológicas, o adolescente encontra a sua autonomia moral, o que definirá os seus princípios éticos.

Segundo a teoria do desenvolvimento psicossocial de Erikson, o estágio vivenciado nesta época é identidade versus confusão de identidade. Nesta fase “a pessoa se torna consciente das características individuais inerentes, de situações, pessoas e objetos dos quais gosta ou não, de metas futuras” (HALL, LINDZEY; CAM[1]PBELL, 2007, p.173). É uma época marcada por escolha ocupacional, busca de no[1]vos valores em que se atinge a identidade sexual adulta.

Devido à difícil transição da infância à idade adulta, por um lado, e à sensibilidade à mudança social e histórica, por outro, o adolescente, durante o estágio da formação da identidade, tende a sofrer mais profundamente do que nunca em virtude da confusão de papéis, ou da confusão de identidade. Esse estado pode fazer com que ele se sinta isolado, vazio, ansioso e indeciso. O adolescente sente que precisa tomar decisões importantes, mas é incapaz de fazer isso. Ele pode sentir que a sociedade o pressiona para tomar decisões; assim, ele fica ainda mais resistente. (HALL, LINDZEY; CAMPBELL, 2007, p.173).

Não é raro ouvirmos adultos falando da adolescência de modo negativo, desvalorizando as problemáticas enfrentadas pelos adolescentes e minimizando as tarefas que essa fase da vida impõe ao sujeito em nossa sociedade. Ao final da adolescência (às vezes muito antes disso), os adultos “exigem” certos direcionamentos e respostas, “Já tem um(a) namoradinho(a)?” e “Já sabe que profissão quer ter?” são as perguntas corriqueiras e o adolescente que não estiver bem resolvido com tais questões pode vivenciar grande sofrimento.

O adolescente se sente às vezes criança, às vezes adulto, e é assim também que os outros lhe tratam. A fim de explicar esse período complexo e tão importante do desenvolvimento, Aberastury e Knobel (1981) propuseram 10 características da adolescência, conforme segue:

1) Busca de si mesmo e da identidade;

2) Tendência grupal;

3) Necessidade de intelectualizar e fantasiar;

4) Crises religiosas;

5) Descolamento temporal;

6) Evolução sexual do auto-erotismo à heterossexualidade;

7) Atitude social reivindicatória;

8) Contradições sucessivas em todas as manifestações de conduta;

9) Separação progressiva dos pais;

10) Constantes flutuações do humor.

Título : Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem

Autoras : Josieli Piovesan,  Juliana Cerutti Ottonelli , Jussania  Basso Bordin e Laís Piovesan

Fonte: Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem [recurso eletrônico] / Josieli Piovesan … [et al.]. – 1. ed. – Santa Maria, RS : UFSM, NTE, 2018.

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