O livro fala Ensinar matemática na Educação Infantil e nas séries iniciais por Panizza aborda sobre a diálogo entre diversos pesquisadores e educadores na área da matemática. Baseado nos teóricos e educadores houve a integração de conceitos teóricos juntamente com a prática educacional com o intuito de contribuir para propostas inovadoras em sala de aula.
As crianças desde pequenas entram em contato com o mundo e inevitavelmente com as variedades de experiências que envolvem a matemática. Mesmo sem compreender a fundo o sistema numérico, ouvem falar sobre números, falam, contam e resolvem alguns tipos de problemas.
As instituições de ensino de Educação Infantil devem associar as experiências que as crianças trazem consigo e estabelecer formas de criar situações que proporcionem desafios para a aquisição de novos conhecimentos de forma estruturada.
Existem inúmeras teorias voltadas para a prática do ensino da matemática sendo alguma delas contraditórias com a realidade do sujeito e suas capacidades de construir seu conhecimento. Dessa forma, iremos refletir a cerca dessas práticas a fim de refinar nosso olhar perante o ensino da matemática.
As crianças durante suas experiências diárias são expostas a diversas formas de situações que envolvem o uso da resolução de problemas e cálculos. Dessa forma, em meio a tantas descobertas e coisas que ainda não sabem a respeito da matemática, se perguntam: que número é esse? O que ele representa? E até mesmo: como se escreve?
É importante saber que a construção do conhecimento matemático ocorre como os demais conhecimentos, ou seja, as crianças criam explicações próprias a respeito da resolução dos problemas e do sistema numérico.
A finalidade do ensino e os problemas de aquisição de conhecimentos espaciais e geométricos na área de matemática
Conhecimentos espaciais:
No dia a dia da criança existem inúmeras situações que circundam o uso dos conhecimentos espaciais como, por exemplo: a capacidade de se locomover e de encontrar algo que está em algum lugar.
Existem diversas atividades que podem contribuir para o desenvolvimento do conhecimento espacial como, por exemplo:
– Esconder objetos e encontrá-los por meio de pistas (essa atividade contribui para que a criança aprenda a verbalizar posições espaciais e que também aprenda a elaborar pistas). Isso contribui para a aquisição do desenvolvimento do raciocínio lógico e a percepção visual.
– Labirintos e percursos (esse tipo de atividade permite que a criança explore o espaços de diversas formas: por túneis, corredores, pontes. Se arrastando, rolando, agachado), é interessante que as crianças participem da construção dessa atividade, assim elas usam sua imaginação para criar diversas maneiras de elaborar o circuito. Uma ótima prática que contribui para o pensamento lógico e resolução de problemas.
– Registrando imagens selecionadas com a câmera (essa atividade requer que o aluno registre imagens selecionadas), após tirar as fotos, o professor deve propor que o aluno encontre o lugar e acordo com o que vê na imagem, descrevendo as características que vê, além de descrever o que está próximo do local e não saiu na foto.
Essa atividade contribui para a aquisição da percepção visual, observação e localização de espaços. Fatores que auxiliam para a construção do raciocínio lógico e a resolução de problemas.
Conhecimentos geométricos:
A Geometria na Educação Infantil pode ser trabalhada a partir da observação de diversas geométricas(formas tridimensionais e planas). Bem como em conformidade com os outros conteúdos, é necessário elaborar formas e propostas que contribuam para a construção do conhecimento.
As atividades podem ser por meio de materiais sólidos, recortes ou desenhos com formas geométricas. O tangram é uma ótima atividade que permite à criança usar formas geométricas para elaborar diversas figuras diferentes quando colocadas de formas diversificadas. O tangram funciona como um quebra cabeça, uma ótima opção para a construção de situações problema.
Para reproduzir figuras com o tangram, é importante que o professor disponha de figuras com exemplos para que as crianças possam visualizar e reproduzir de acordo com o exemplo. Esse tipo de atividade permite que a criança aprenda a identificar os diversos tipos de elementos sabendo diferenciá-los.
Integrar conceitos teóricos com a prática educacional
Segundo Panizza (2006), a matemática o aprendizado da matemática requer que os alunos se envolvam em situações que permitam a eles a resolução de problemas e a descoberta por meio de diferentes experiências. Sendo assim, o ensino da matemática seguindo a teoria construtivista de Piaget, se baseia na construção do conhecimento, o que requer que o professor tenha um olhar reflexivo perante o ensino da matemática.
Quando a matemática e ensinada de forma tradicional, o professor exerce apenas um papel de transmissor do conhecimento matemático. Sendo assim o conteúdo é basicamente aplicado e explicado de forma conceitual sem considerar os aspectos da realidade dos alunos e nem mesmo atribuindo conexões significativas para os alunos a fim de contribuir para o processo de aprendizagem.
A matemática foi vista por muito tempo como um ensino sucessivo dos números de forma mecânica sem que os alunos refletissem ou criassem estratégias para resolução de problemas. Sendo assim, a forma como se ensina matemática tem sido repensada e com isso as práticas de ensino, têm sido voltadas para as diversas formas de resolução dos problemas.
Cotidiano escolar – atitude que instigue, debata e estimule novas maneiras de ver, aprender e ensinar a Matemática
Como já falamos, existe o estilo clássico de ensinar matemática. Essa forma baseia-se no ensino de números de forma convencional (um a um). As atividades são focadas na escrita dos números de forma repetitiva para garantir a memorização dos números.
Para uma proposta construtivista em que o aluno seja instigado pelo professor, é importante que o educador tenha o conhecimento sobre as teorias do desenvolvimento para agir como mediador da construção do conhecimento de forma eficaz.
O ensino da matemática deve ir em direção à realidade de vida dos alunos. Não devemos utilizar os símbolos de forma descontextualizada, pois isso dificultaria a compreensão dos alunos.
Aspectos da realidade
O domínio e compreensão do conteúdo pelo aluno é alvo da preocupação de Panizza (2006). A autora declara que “não é possível tratar o tema da aprendizagem e o ensino da matemática sem se referir seriamente à questão do sentido” (PANIZZA, 2006, p. 19).
O sentido está ligado à compreensão sobre uma determinada coisa, ou seja, é necessário que os alunos compreendam o sentido do que está lhe sendo ensino. Esse fator tem sido cada vez mais presente no meio dos professores.
Os alunos possuem maneiras inexplícitas e explícitas de construir seus conhecimentos e que muitas vezes não são reconhecidas pela escola. Muitas ainda hoje adotam a postura tradicional e ignoram completamente a aquisição do conhecimento matemático de forma construtiva.
É importante elaborar propostas em que os alunos se vejam frente a situações para que possam resolver, pois a matemática deve ser para o aluno um fator que contribua para atuar de forma a transformar o mundo à sua volta. Sendo assim as proposta pedagógica deve instigar o interesse e a curiosidade do aluno para que dessa forma ocorra o desenvolvimento de suas capacidades de resolver problemas.
Diferentes tipos de números para quantificar (contar, medir); operações e suas propriedades; sistema de numeração; sistemas simbólicos, representação e cálculo; regras no cálculo
As crianças pequenas podem utilizar números nos diversos em diferentes situações. Como falamos anteriormente a criança possui conhecimentos adquiridos fora do ambiente escolar. Dessa forma, o professor deve propor forma de incluir experiências numéricas que se relacionam com as experiências de vida da criança, a fim de que ela consiga construir novos conhecimentos.
O contar, por exemplo, é uma prática muito utilizada em diversas situações como na brincadeira de esconde-esconde e nas músicas.
Recitação dos números
A contagem dos números tem um papel indispensável no início da aprendizagem numérica. Conforme elas vão interagindo com os números por meio de músicas e brincadeiras; vão adquirindo conhecimento e aprendendo as leis internas que compõem o sistema numérico.
Dessa forma compreendemos que as atividades necessitam ter significado para as crianças. Isso contribui para que elas adquiram o seguimento padrão dos números e aos poucos sendo capaz de ampliar.
Além de recitar números, as crianças devem brincar de contar objetos ou de jogos como o boliche, que permite que a criança possa contar quantos pinos caíram e quantos ficaram em pé. Propor atividades em que a criança conte objetos, permite a elas interiorizar a quantidade, a fim de compreender futuramente sua forma abstrata e sua representação.
Além disso, podemos propor outras atividades na sala de aula como o uso de calendário para saber o dia da semana, o mês e o ano. Contar o número de alunos presentes (meninos e meninas) e somar todos juntos para saber quanto irá dar.
Para os anos iniciais, podemos utilizar o material dourado como forma de representar as quantidades e em por volta do 4 ano, podemos ensinar a utilização do ábaco para ajudar na compreensão das trocas de casas: unidade, dezena e centena.
Trabalhar a matemática por meio de jogos
A utilização de jogos e brincadeiras na escola, com o propósito claro de ensinar, por volta do século XIX. Considerado como o criador dos jardins de infância, Friderich Froebel, que naquela época, preservava o uso dos jogos e brincadeiras em sala de aula.
É importante acatar que o jogo é um instrumento que propicia a construção de novos conhecimentos, apoiando para a garantia do aprofundamento do que foi trabalhado, a análise de concepções já aprendidas, servindo como um instrumento de avaliação método pelo professor e de auto avaliação pelo aluno.
Quando o jogo é trabalhado de forma adequada, possibilita aos alunos desenvolver a capacidade de organização, análise, reflexão e argumentação, uma série de atitudes como: aprender a ganhar e a lidar com o perder, aprender a trabalhar em equipe, respeitar regras, entre outras.
Avaliando os alunos em situação de jogo
Os momentos de jogos podem e devem também se constituir em momentos de avaliação. Há possibilidades de avaliação que são particulares de cada jogo. Para auxiliar o professor no que diz respeito a essa situação, criamos uma seção, denominada Problematizando, na qual descrevemos alguns questionamentos que podem ser feitos e ampliados para cada jogo. Há, também, possibilidades pertinentes a toda situação de jogo e que podem servir para a elaboração de fichas avaliativas de cada aluno.
Para tanto, é importante observar:
- a) a postura do aluno com relação à própria atividade de jogo, no que diz respeito a: ganhar, perder, colaborar;
- b) a postura do aluno com relação ao desenvolvimento de estratégias. É importante observar se a criança percebe que muitos dos jogos não dependem exclusivamente da sorte. Muitas vezes esta habilidade está relacionada, também, com o aspecto matemático;
- c) a relação do aluno com o saber matemático envolvido. Avaliar o domínio que a criança possui do conhecimento matemático necessário para o jogo e se apresenta desenvolvimento durante a atividade. Quais conhecimentos já dominam e quais ainda precisam ser trabalhados;
- d) se o aluno é comprometido com a atividade, se tem zelo pelos materiais, dentre outros.
Encaminhamentos Metodológicos
É importante observar que toda metodologia utilizada em sala de aula requer um planejamento e uma postura coerente de alunos e professores. Por exemplo, uma aula meramente expositiva requer alunos silenciosos, enquanto, em uma aula dialogada, subtende-se que os alunos irão expor suas ideias e discutir com o professor.
Não podemos exigir silêncio quando estamos trabalhando em grupos, bem como não é possível que uma aula expositiva seja desenvolvida com todos falando ao mesmo tempo. Ao utilizar os jogos na sala de aula, não é possível exigir silêncio, sobretudo quando trabalhamos com crianças.
Muita conversa, risadas, gargalhadas, pequenas divergências e até gritos eufóricos, decorrentes da própria atividade do jogo, fazem parte da aula e devem ser compreendidos como parte importante do aprendizado naquele momento.
Tais atitudes também são decorrentes do fato de que jogos, de modo geral, envolvem competição entre os participantes. No entanto, o professor poderá direcionar a atenção das crianças para o conhecimento construído, além de outras possibilidades, como afirma Anastásio (2003
Nas situações em que lida com jogos em sala de aula, o professor se depara, certamente, com a competição como uma característica marcante nos mesmos, mas, nessas atividades, o professor pode enfatizar o aspecto de construção do conhecimento, em lugar de enfatizar a rivalidade.
Análise em meio as atividades propostas
O professor pode observar a forma como cada aluno lida com a situação e atuar de maneira a propor atividades que impliquem em diferentes aproximações, umas mais competitivas, outras menos, alternadamente. Os jogos competitivos podem ser associados a atividades que envolvam a cooperação (construção de um jogo por todos os alunos da sala, uma brincadeira).
Mas, é importante não ignorar o vencer e o perder propostos pelo jogo, desde que se tenha cautela para não reforçá-los, pois tal atitude pode resultar numa baixa autoestima ou numa superestimação. (s/p) Com vistas a se preparar para as situações que podem ocorrer durante o jogo, tanto do ponto de vista pedagógico como do ponto de vista das atitudes em sala de aula. Em primeiro lugar, o professor deverá conhecer o jogo com o qual irá trabalhar.
É importante que se jogue várias vezes antes de levá-lo para a sala de aula. Melhor ainda se jogá-lo com crianças da mesma faixa etária de seus alunos. Isto porque somente no ato de jogar é que se poderão perceber potencialidades e limitações deste ou daquele jogo.
A potencialidade do jogo
Um jogo que a princípio pode parecer ingênuo pode se revelar um potencial disparador de situações-problema interessantes. Ao mesmo tempo em que jogos sofisticados podem se mostrar inadequados ou insuficientes para o trabalho em sala de aula.
Simples jogos de tabuleiro, podem ser adaptados para interessantes trabalhos com as sequências numéricas, campo aditivo e campo multiplicativo, etc. Por outro lado, um jogo em que as regras são complexas. Demanda um valioso tempo somente para que os alunos as compreendam, diminuído assim sua potencialidade.
Leia o livro: Ensinar matemática na educação infantil e nas séries iniciais: análise e propostas
PANIZZA, Mabel e Colaboradores. Ensinar matemática na educação infantil e nas séries iniciais: análise e propostas. Porto Alegre: Artmed, 2006.
Assista aos Vídeos Abaixo:
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Conteúdo da Apostila:
- O QUE É A BNCC?
- O QUE SÃO COMPETÊNCIAS GERAIS NA BNCC?
- AS 10 COMPETÊNCIAS GERAIS DA EDUCAÇÃO BÁSICA
- O QUE SÃO COMPETÊNCIAS ESPECÍFICAS NA BNCC?
- O QUE SÃO COMPONENTES CURRICULARES NA BNCC?
- O QUE SÃO UNIDADES TEMÁTICAS NA BNCC?
- O QUE SÃO OBJETOS DO CONHECIMENTO NA BNCC?
- O QUE SÃO HABILIDADES NA BNCC?
- O QUE SIGNIFICA OS CÓDIGOS DAS HABILIDADES NA BNCC?
- COMO SABER QUAIS SÃO OS CONTEÚDOS DE UM PLANO DE ENSINO BASEADONA BNCC?
- EXEMPLO DE PLANO DE ENSINO DE ACORDO COM A BNCC PARA TURMA DE PRIMEIRO ANO – LÍNGUA PORTUGUESA
- Componente Curricular
- Justificativa
- Objetivos Gerais
- Conteúdos Programáticos
- Metodologia
- Avaliação
- Referências Bibliográficas
- COMO MONTAR UM PLANO DE AULA BASEADO NA BNCC?
- Tema
- Habilidades
- Introdução
- Objetivos
- Conteúdo Programático
- Materiais Utilizados
- Metodologia
- Avaliação
- Referências