Resumo: Como se aprende? Estratégias, estilos e metacognição

Resumo: Como se aprende? Estratégias, estilos e metacogniçãoO livro fala sobre as teorias da aprendizagem destacando a visão de alguns teóricos e como ocorre o processo de aprendizagem. O livro aborda sobre a visão cognitivista da aprendizagem destacando os fatores a serem considerados na prática educativa para que o aluno desenvolva a metacognição.

Para que o aluno adquira consciência intrapessoal e a capacidade de controle cognitivo, cabe ao professor proporcionar possibilidades para que o educando se desenvolva. Dessa forma o professor deve levar em consideração a realidade de vida dos alunos.

Sendo assim, a educação baseada na realidade empírica dos alunos proporciona a eles a possibilidade de junção entre o que já sabem e o que lhe está sendo proposto.

Visão cognitivista da aprendizagem

O Conceito de “metacognição” deu início em 1970 nos Estados Unidos. John H. Flavell, psicólogo americano, foi pioneiro da ideia a respeito do desenvolvimento cognitivo. Suas pesquisas a respeito da memória e aprendizagem contribuíram para um olhar reflexivo perante a aprendizagem e como ela ocorre no ser humano.

Flavell em suas pesquisas analisou diversos fatores relacionados à metacognição como, por exemplo:

  • A linguagem e a comunicação;
  • A capacidade de solucionar problemas;
  • A compreensão e
  • A percepção

A metacognição

Segundo diversos estudos, o sujeito é capaz e responsável pelo controle sobre seus próprios processos cognitivos sendo capaz de refletir e compreender os processos de sua mente, como ele aprende, compreende ou pensa.

Baseando-se na visão a respeito da capacidade metacognitiva do sujeito, a pesquisa busca alternativas para questionar situações tais como:

  • Qual a postura do professor perante o ensino e o aprendizado do sujeito;
  • Como o sujeito aprende;
  • Como deve ocorrer o processo de ensino;
  • Como os processos cognitivos se modificam no sujeito;

Existem diversos alunos que apresentam inúmeros conflitos para atingir o pensamento lógico. E consequentemente, quando sofrem com essas dificuldades o professor e o aluno, muitas vezes praticam atividades ineficazes que não vão de encontro com a realidade do aluno e suas experiências de vida.

Sendo assim, é importante que o professor compreenda a realidade de vida do aluno e que o aluno tenha consciência do que está lhe sendo proposto, tomando como base seus conhecimentos já adquiridos para compreender e assim dessa forma conseguir alcançar resultados em seus estudos.

Ensino com enfoque na metacognição

O ensino focado na metacognição contribui para que o aluno seja capaz de ampliar seus saberes criando assim dessa forma a capacidade necessária para executar diferentes formas de aprender e solucionar problemas.

Quando o aluno desenvolve sua capacidade metacognitiva, ele controla de forma autônoma sua própria aprendizagem. Mas para que isso ocorra é necessário que o professor encaminhe o ensino considerando alguns fatores como:

  • Ensino explícito: (Apontar aos alunos técnicas precisas para executar determinadas atividades, enfatizando a importância e sua contribuição para o seu aprendizado);
  • Prática guiada: (Desenvolver o processo de ensino juntamente com o professor buscando à conquista da autonomia dos alunos);
  • Prática cooperativa: (Conduzir os alunos a realizarem suas atividades sendo incumbidos de tomar suas decisões, desenvolvendo dessa forma suas capacidade de decidir frente a realidade que estão vivenciando);
  • Prática individual: (Contribuir e levar o aluno a se autoquestionar a respeito de si mesmo e seu desempenho na aprendizagem);

O ensino/aprendizagem focado nestes fatores cria sentido durante a aprendizagem do sujeito, garantindo a aquisição da sua autonomia, capacidade necessária para o desenvolvimento da metacognição.

Atuação do professor em busca do Aprendizado

É importante que o professor se dê conta que por diversas vezes de forma involuntária trabalham de forma tradicional e mecanizada em suas práticas pedagógicas. Para que a aprendizagem se torne algo efetivo, é necessário repensar as práticas educativas levando em consideração o sujeito.

Se a aprendizagem metacognitiva é baseada no controle dos próprios processos de aprendizagem, é indispensável que a metodologia e a prática de ensino, visem possibilitar ao estudante o desenvolvimento de suas capacidades cognitivas e da aquisição de sua autonomia de forma integral.

Processo de ensino-aprendizagem mais efetivo

O desenvolvimento das capacidades cognitivas contribui para a atuação do sujeito frente a diversas situações em que se requerem diversas formas de estratégias. Com isso o objetivo principal da capacidade cognitiva do sujeito diz respeito à possibilidade de alcançar as metas propostas.

Compreende-se que a partir da metacognição o sujeito é capaz de ponderar suas decisões de acordo com seus processos cognitivos, sabendo relacionar seus conhecimentos adquiridos de tal forma que suas estratégias tomadas, sejam pensadas e analisadas a fim de agir de forma autônoma em suas decisões.

É importante que o professor auxilie o aluno e conduza-o ao caminho da reflexão e desenvolvimento de suas habilidades, propondo atividades que visem o desdobramento das capacidades cognitivas.

Possibilitando que o sujeito seja capaz de desenvolver a inteligência intrapessoal que diz respeito ao se autoconhecer sabendo agir com autonomia e tomada de suas escolhas.

Para contribuir com o surgimento de um aluno com a capacidade metacognitiva desenvolvida, a prática do professor deve considerar:

  • O aprendizado focado no aluno, tomando como base a compreensão da informação e não a memorização de conteúdos;
  • Dever considerar o conhecimento que o aluno possui e sua forma de pensar, alimentando sua criatividade e conduzindo para a autorreflexão e o aprimoramento de seu pensamento, a fim de se tornar um sujeito crítico na sociedade;
  • Deve trabalhar o ensino de forma pluralista e valorizando e respeitando todas as etnias, conduzindo o sujeito a respeitar as diferenças no âmbito social e cultural;

O professor como mediador no desenvolvimento cognitivo do aluno

A atitude do professor é fundamental no processo de aprendizagem dos alunos. Sendo assim é primordial que o professor reconheça e compreenda como seus alunos utilizam de suas estratégias para aprender.

Baseando-se nas características de aprendizagem de cada aluno, devemos criar medidas que auxiliam e que atendam as necessidades dos alunos a fim de que consigam assimilar o aprendizado frente a sua realidade de vida.

Mudança de postura do professor perante o ensino/aprendizagem

Embora o professor possua sua forma de ensinar e seus próprios métodos (a forma como gosta de trabalhar), ele deve ter consciência que nem sempre seus métodos e a forma como ensina, contribui para que o aluno aprenda.

Com isso é necessário que a postura do professor seja a mais pluralista, ou seja, a mais diversificada possível para que assim dessa forma, seja possível atender as peculiaridades dos alunos de forma geral.

Quando o educador impõe uma única forma de ensinar, muitos alunos consequentemente são desprivilegiados. Com isso estamos excluindo todos os demais que não conseguem acompanhar o aprendizado da maneira ao qual o professor propõe em suas práticas educativas.

O que é a inteligência?

Quando nos referimos a respeito do que é inteligência a resposta para essa pergunta é a seguinte:

A inteligência é a capacidade de resolver problemas”. De acordo com essa resposta, podemos compreender que cada pessoa resolve um mesmo problema de formas diferentes, sendo assim, cada sujeito possui uma habilidade mais aflorada.

Com isso, temos que ter em mente que se cada pessoa possui uma forma de inteligência aflorada, o professor deve propor atividades e possibilidades ao qual o aluno possa se utilizar de suas habilidades e resultando em uma aprendizagem significativa.

Teorias de aprendizagem – paradigma comportamental e cognitivista

Para os cognitivistas a aprendizagem é projetada por meio do desenvolvimento e conquista de esquemas de resposta adquiridos em razão de adaptações sucessivas do meio em que se está inserido.

A habilidade de aprender está ligada aos conhecimentos que o sujeito já possui, ou seja, para que o sujeito aprenda e adquira novos saberes, suas estruturas cognitivas associam saberes que ele já possui e relaciona-os aos conhecimentos que estão lhe sendo propostos.

Quando o sujeito relaciona seus saberes prévios existentes com os que estão sendo propostos, ocorre o processo de alteração cognitiva ao qual o sujeito faz comparação com o que já sabe, com o que está lhe está sendo proposto, provocando dessa forma, uma nova estrutura cognitiva a respeito do assunto em questão.

Uma das concepções cognitivistas é o fator “motivação”. Sabemos que para o aluno aprender, deve haver o interesse pelo aprendizado. E como motivamos um aluno a querer aprender? Considerando assuntos de seu interesse, ou seja, propondo um ensino/aprendizagem focado nas curiosidades do aluno e em coisas que fazem parte de sua vida.

Os professores não podem transmitir conhecimentos, pois isso é um processo interno cognitivo que ocorre dentro do sujeito. Sendo assim, o que cabe ao professor é orientar o aluno a desenvolver e construir seus saberes.

Dessa forma, devemos possibilitar que o aluno associe a prática educativa com suas experiências de vida. O aluno como sujeito que possui conhecimentos adquiridos a partir de sua interação com o meio, se utiliza de seus conhecimentos como elemento que irá fazer com que seja capaz de construir sua própria aprendizagem.

Cabe ao professor: conhecer como o aluno aprende, toma consciência e controle das estratégias que utiliza para aprender

No século XX a educação estava focada na posse e conquista de capacidades tais como: letramento (leitura e escrita) e cálculos básicos. Com o tempo este olhar e a visão frente à aprendizagem foram se modificando. Com isso surgiu à preocupação com o aluno como sujeito atuante e protagonista de sua própria aprendizagem.

Hoje, a educação busca proporcionar que o aluno se desenvolva de forma crítica e que seja capaz de se expressar de forma ativa. Uma educação democrática tem como fundamento criar cidadãos conscientes de seu papel na sociedade, e não apenas pessoas ensinadas a ler, escrever e calcular para suprir as demandas do mercado de trabalho.

Leia o livro: Como se aprende? Estratégias, estilos e metacognição.

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