Professor, acreditamos que no 2º ano, muitos de seus alunos já compreendem o funcionamento alfabético da escrita, ainda que com erros ortográficos; por outro lado, pode ser que alguns alunos ainda estejam em hipóteses de escrita anteriores. Considerando essa diversidade encontrada nas turmas de 2º ano é que pensamos em propostas de atividades permanentes de alfabetização de forma a contemplar os objetivos de aprendizagem.
Optamos por trabalhar com algumas parlendas, mas cabe a você, professor, fazer a escolha de outras para garantir a continuidade das atividades, até que todos os alunos tenham o domínio do sistema de escrita alfabética e progressivamente da ortografia. Segundo o dicionário online Michaelis, parlendas referem-se à rima infantil que serve como entretenimento e diversão para crianças, assim como técnica de desenvolvimento da memória.
Mas o que esse repertório possui de tão especial? Como fazem parte do mundo dos jogos, são rimados, divertem e são fáceis de memorizar. Esses textos, assim como os trava-línguas, tornaram-se objeto de brincadeira e de trabalho de muitos professores e contribuem para manter vivo um repertório que faz parte da cultura popular da infância, pois, no Brasil, as crianças, em diferentes épocas, usam as parlendas e os trava-línguas em suas brincadeiras.
No ambiente escolar, as parlendas podem ser utilizadas em momentos lúdicos a partir de propostas de atividades interessantes, envolventes e divertidas de leitura, escrita e comunicação oral. Nas propostas de alfabetização: possibilitam um importante trabalho com a oralidade e permitem que os alunos leiam antes de saber ler convencionalmente. A partir desse repertório, construído ou resgatado, os alunos que ainda não compreenderam a relação entre a fala e a escrita terão nesses textos inúmeras possibilidades de associar o oral ao escrito e assim avançar em suas hipóteses sobre o funcionamento do nosso sistema de escrita.
Para tanto, os alunos devem ser convidados a ler mesmo que ainda não o façam do ponto de vista convencional – em contextos que favoreçam ao máximo sua atuação como leitores. Para isso, certas condições precisam estar garantidas: o texto que a criança interpretará deverá conter elementos que permitam, além de atribuir significado ao escrito, fazer antecipações e utilizar conhecimentos além da decifração.
Assim, é interessante criar situações em que os alunos leiam, recitem ou declamem em público, aprendendo então qual a melhor entonação e o ritmo que devem ser dados ao texto que será apresentado. Além disso, o repertório de textos memorizados pode enriquecer o universo cultural dos alunos.
Algumas dicas:
- Quanto mais precisas forem as propostas e o contexto de leitura, maiores as chances de aproximação, entre o que é recitado e o que se encontra por escrito, e de localizar a informação solicitada.
- Quanto mais o conteúdo do texto for previsível e conhecido, mais os alunos poderão utilizar os indicadores qualitativos e quantitativos que os textos oferecem.
Nas propostas de atividades a seguir, vamos usar as parlendas com intencionalidade didática. São propostas de leitura, escrita e comunicação oral em que os alunos são convidados a ler, escrever e declamar parlendas e, ainda, criar outras versões de uma mesma parlenda. Planejar e organizar a ampliação das atividades aqui propostas, para atender as especificidades da turma, é uma ação que pode trazer resultados positivos para o seu trabalho.
FONTE:
Educa juntos : língua portuguesa / Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. – Curitiba : SEED – PR, 2021. – 286 p. Caderno de orientações didáticas para o professor ; segundo ano).
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