A perspectiva é uma técnica de representação pictórica que se desenvolveu a partir do início do século XV, por artistas italianos. Nela, quanto mais distante o objeto estiver do observador, menor será a representação da sua figura e mais distante da base inferior da tela, que corresponde ao primeiro plano de representação. Muitos quadros surrealistas figurativos foram elaborados de acordo com as regras da perspectiva. Entretanto, são muito diferentes das obras daquela época, pois mostram um mundo estranho, fantástico, expressando desde a serenidade de um sonho, até a turbulência de um pesadelo.
Observe e compare as obras A Última Ceia dos artistas abaixo:
Apesar de utilizar as regras de perspectiva nesse quadro, a obra de Dali não tem a mesma forma da obra de Leonardo da Vinci, no Renascimento. Enquanto Leonardo preocupa-se em representar a realidade visível, Dali trabalha simbolicamente com o número doze: os doze apóstolos; os doze pentágonos que compõem o dodecaedro, para compor o fundo do quadro; e, doze horas e doze minutos, como o horário que teria ocorrido a cena. Mas, em relação à composição, as duas obras apresentam semelhanças.
Vemos que ambas utilizam as regras da perspectiva para traduzir o volume e a profundidade das formas no espaço plano do quadro. A profundidade ou terceira dimensão é fingida pelo artista por meio de pontos de fuga e diagonais que aumentam ou diminuem o tamanho das figuras mais ou menos próximas da base do quadro. Observe também que, nas duas obras, o centro geométrico está localizado na cabeça de Cristo, bem no centro geométrico da composição, apresentando uma estrutura simétrica, distribuindo igualmente o peso dos dois lados.
REFERÊNCIAS:
Arte / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. – 336 p