Acordes Consonantes Sustenidos e Bemóis Menores no Teclado

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Introdução aos Acordes no Teclado

A música é uma linguagem universal, e os acordes são uma das ferramentas mais fundamentais para criar harmonia dentro dessa linguagem. No teclado, os acordes são formados ao tocar simultaneamente várias notas, gerando uma sonoridade que pode evocar diferentes emoções e atmosferas. Esses acordes podem ser classificados de várias maneiras, incluindo sua qualidade (maior, menor, aumentado, diminuto) e as notas que os compõem.

Entre os acordes mais usados na música ocidental, encontramos os acordes consonantes, que são aqueles que produzem uma sensação de estabilidade e repouso. Esses acordes, quando combinados com notas sustenidas (♯) ou bemóis (♭), podem criar uma variedade rica e expressiva de sons que ampliam as possibilidades musicais de um tecladista.

1. Compreendendo os Acordes Consonantes

Antes de mergulharmos nas especificidades dos acordes sustenidos e bemóis menores, é importante entender o que são acordes consonantes. A consonância é uma característica sonora que transmite uma sensação de harmonia e completude. Na teoria musical, acordes consonantes geralmente incluem as tríades maiores e menores.

1.1. Tríades Maiores

Uma tríade maior é composta por três notas: a tônica (a nota base do acorde), a terça maior (quatro semitons acima da tônica) e a quinta justa (sete semitons acima da tônica). Por exemplo, a tríade de Dó maior (C) é formada pelas notas C (tônica), E (terça maior) e G (quinta justa).

1.2. Tríades Menores

Já uma tríade menor é formada pela tônica, a terça menor (três semitons acima da tônica) e a quinta justa. Usando Dó menor (Cm) como exemplo, o acorde é formado pelas notas C (tônica), E♭ (terça menor) e G (quinta justa).

Ambas as tríades são consideradas consonantes porque, quando tocadas, não há uma sensação de tensão que exija resolução, como ocorre com acordes dissonantes, que incluem intervalos como sétimas menores ou quartas aumentadas.

2. Sustenidos e Bemóis: Um Breve Panorama

Os sustenidos (♯) e bemóis (♭) são símbolos musicais que indicam a elevação ou a redução da altura de uma nota em um semitom, respectivamente. Esses acidentes alteram as notas naturais, criando as notas chamadas de “acidentes”.

2.1. Notas Sustenidas

Uma nota sustenida é uma nota natural elevada em um semitom. Por exemplo, um Dó sustenido (C♯) é meio tom acima de Dó (C). No teclado, isso significa que C♯ está imediatamente à direita de C.

2.2. Notas Bemóis

Por outro lado, uma nota bemol é uma nota natural abaixada em um semitom. Um Mi bemol (E♭), por exemplo, está meio tom abaixo de Mi (E). No teclado, E♭ está imediatamente à esquerda de E.

Essas notas modificadas desempenham um papel crucial na formação de acordes, especialmente em tonalidades que não são naturais ou diatônicas.

3. Acordes Consonantes com Sustenidos

Os acordes sustenidos são particularmente interessantes no contexto musical por causa da cor e do brilho que adicionam à harmonia. Vamos explorar como esses acordes são formados e usados no teclado.

3.1. Formação de Acordes Maiores Sustenidos

Para formar um acorde maior sustenido, basta pegar a tríade maior de uma nota natural e elevar todas as notas em um semitom. Por exemplo, para formar C♯ maior, começamos com C maior (C – E – G) e subimos cada nota um semitom, resultando em C♯ – E♯ – G♯. No teclado, isso corresponde às teclas imediatamente à direita das notas C, E e G, respectivamente.

Uma peculiaridade dos sustenidos ocorre com a nota E♯, que, na prática, é tocada como F natural, já que não existe uma tecla preta entre E e F.

3.2. Acordes Menores Sustenidos

O mesmo processo pode ser aplicado para formar acordes menores sustenidos. Para criar C♯ menor, pegue o acorde Cm (C – E♭ – G) e eleve cada nota em um semitom, resultando em C♯ – E – G♯.

Esses acordes são usados em muitas composições para criar uma sensação de deslocamento ou de movimento, adicionando uma camada extra de complexidade à música.

3.3. Função e Uso na Música

Os acordes consonantes sustenidos têm uma função específica em progressões harmônicas. Em muitas músicas pop, rock e jazz, eles são usados para mudar de uma tonalidade para outra de maneira suave. Por exemplo, um acorde C♯ maior pode ser usado como um acorde de passagem entre C maior e D maior, criando um efeito cromático interessante.

4. Acordes Consonantes com Bemóis Menores

Os acordes bemóis menores são igualmente fascinantes, com uma sonoridade mais sombria e introspectiva. Vamos explorar como esses acordes são formados e aplicados no teclado.

4.1. Formação de Acordes Menores Bemóis

Para formar um acorde menor bemol, começamos com a tríade menor de uma nota natural e abaixamos cada nota em um semitom. Usando E♭ menor como exemplo, começamos com o acorde de E menor (E – G – B) e abaixamos cada nota em um semitom, resultando em E♭ – G♭ – B♭.

No teclado, isso corresponde às teclas imediatamente à esquerda das notas E, G e B, respectivamente.

4.2. Acordes Maiores Bemóis

Embora menos comuns, também podemos formar acordes maiores bemóis. Por exemplo, para formar D♭ maior, pegamos o acorde D maior (D – F♯ – A) e abaixamos cada nota em um semitom, resultando em D♭ – F – A♭.

4.3. Função e Uso na Música

Os acordes menores bemóis são muitas vezes usados em progressões que exploram a tonalidade menor, oferecendo uma sensação de melancolia ou de mistério. Eles são comuns em gêneros como o blues, jazz, e algumas vertentes do rock.

Uma progressão popular que inclui acordes menores bemóis é a progressão ii-V-I em tonalidade menor. Por exemplo, em uma peça em C menor, a progressão poderia ser Dm7♭5 – G7 – Cm, onde Dm7♭5 inclui as notas D – F – A♭ – C.

5. Técnicas de Execução no Teclado

Tocar acordes sustenidos e bemóis menores no teclado requer uma compreensão sólida da posição das teclas e da sensação ao tocar esses acordes. Aqui estão algumas dicas para executá-los com fluidez.

5.1. Mapeamento das Teclas

Primeiro, é essencial mapear mentalmente as teclas pretas e brancas no teclado. Sustenidos e bemóis geralmente caem nas teclas pretas, mas, como vimos, há exceções como E♯ (F) e B♯ (C), que caem nas teclas brancas.

Praticar escalas que incluem sustenidos e bemóis pode ajudar a solidificar essa percepção. Escalas cromáticas (subindo ou descendo em semitons) são particularmente úteis para familiarização.

5.2. Formação de Acordes Usando Inversões

As inversões dos acordes são uma técnica útil para facilitar a transição entre acordes durante uma peça. Inverter um acorde significa tocar as notas em uma ordem diferente. Por exemplo, o acorde C♯ maior (C♯ – E♯ – G♯) pode ser invertido para E♯ – G♯ – C♯ ou G♯ – C♯ – E♯.

Isso ajuda a evitar grandes saltos no teclado e torna a execução mais suave.

5.3. Uso de Pedais

O pedal de sustain no teclado é especialmente útil ao tocar acordes sustenidos e bemóis menores, pois permite que as notas se prolonguem, criando uma ressonância mais rica. Isso é particularmente eficaz em passagens que envolvem acordes de passagem ou modulações cromáticas.

6. Aplicações Práticas e Composições

Os acordes consonantes sustenidos e bemóis menores não são apenas ferramentas teóricas, mas também têm aplicações práticas em composição e performance. Vamos explorar alguns exemplos.

6.1. Música Clássica

Na música clássica, compositores como Chopin e Debussy exploraram acordes sustenidos e bemóis menores para criar atmosferas expressivas. Por exemplo, o “Prelúdio em Mi♭ Menor” de Chopin é um estudo na exploração da tonalidade menor com acordes bemóis, gerando uma sensação de tristeza e contemplação.

6.2. Jazz e Blues

No jazz e blues, os acordes sustenidos e bemóis menores são usados para adicionar complexidade harmônica e expressividade. Um exemplo clássico é a utilização do acorde de E♭7♯9 em blues, que adiciona uma camada de tensão antes de resolver para o acorde tônico.

6.3. Música Pop e Rock

Em gêneros como pop e rock, acordes consonantes com sustenidos e bemóis menores são frequentemente usados em progressões de acordes que modulam entre diferentes tonalidades. Uma progressão comum poderia ser C – D♭ – E♭m – C, onde o D♭ e E♭m servem como acordes de passagem, criando um movimento interessante na melodia.

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