O QUE É AUTONOMIA DOCENTE SEGUNDO O ESPANHOL JOSÉ CONTRERAS?
Autonomia docente segundo o autor, não se trata simplesmente de um parecer técnico e profissional, e sim de um docente com características e manifestações educativas.
Os debates realizados desde a década de 70 por Contreras, fazem a crítica à forma como a docência se apresenta.
As características referidas apontam, falta de reflexão, falta de sensibilidade docente; o que dessa forma acarreta no aumento contínuo de profissionais que somente agregam práticas técnicas sem analisar sua prática educativa de forma reflexiva e a realidade que se está inserido.
Contreras descreve três perfis diferentes de professores:
O especialista técnico, o professor reflexivo e o intelectual crítico.
O especialista técnico
Mantem-se à uma docência em que suas ações são procedimentos técnicos, ou seja, o que lembra o processo de racionalização técnica de procedimentos do cenário da indústria taylorista que focava somente no aumento da eficiência e os níveis operacionais das tarefas a serem realizadas.
O professor reflexivo
Possui características no qual permite olhar muito adiante da técnica. Assim sendo, seu foco está atrelado à reflexão e à crítica, mantendo o forte desejo de possibilitar aos educandos, vivenciar a realidade, experiências e desenvolver sua autonomia como sujeito.
O professor intelectual crítico
É aquele que possui conhecimentos, mas se utiliza deles para se aprofundar em conhecimentos novos e refletir sobre eles não permitindo se tornar imediata suas conclusões. Sua reflexão permite rever sua obrigação moral e se atentar ao compromisso docente, bem como respeitando a comunidade em que se está inserido, seus valores e decisões visando o bem comum de todos.
Para Contreras, ser docente vai muito além do conhecimento técnico. O verdadeiro docente manifesta sua prática de forma democrática, ou seja, mantendo diálogo, refletindo e interagindo com seus educandos, trocando saberes e valores.
Quando o professor enxerga a educação como a troca de conhecimento e a construção de um olhar crítico, ele está prosseguindo com o processo de emancipação do sujeito, o que faz dele um professor autônomo e não um professor preso às técnicas.
Referências:
A autonomia de professores. Trad. Sandra Trabucco Valenzuela. São Paulo: Cortez, 2002. 296 p.