Práticas Didáticas para as Situações de Leitura e Escrita de Nomes dos Colegas da Classe

Práticas Didáticas para as Situações de Leitura e Escrita de Nomes dos Colegas da ClasseEm todas as situações em que a proposta é ler ou escrever seu próprio nome ou de colegas da classe, os alunos precisam contar com materiais em que tais palavras estejam escritas convencionalmente. A lista de crianças da classe deve estar afixada em um local acessível e organizada de maneira bastante legível. Para isso, algumas considerações são importantes:

  • Cada nome deve constar em uma linha;
  • Todos os nomes devem estar alinhados à esquerda (pois isso facilita a comparação entre a quantidade de letras de cada nome);
  • O tamanho da letra utilizada deve ser grande o suficiente para facilitar a consulta (a letra CAIXA ALTA é a mais indicada);
  • Apenas os nomes escritos devem constar da lista (evite o uso de fotos, desenhos e outros indícios que tornariam desnecessário usar as letras como forma de discriminar cada um dos nomes).

É interessante também que a lista seja feita com a participação dos alunos, garantindo a oportunidade de reflexão sobre o sistema de escrita. Para isso converse com as crianças sobre:

  • A importância de ter uma lista com os nomes dos alunos da classe;
  • Qual a melhor forma de organizar a lista com o nome dos alunos (é interessante que cheguem à conclusão de que a melhor forma seja a ordem alfabética);
  • A cada nome registrado é importante que seja garantida uma reflexão no coletivo, de forma que os alunos possam perceber as semelhanças e as diferenças (quantidade de letras, com quais letras etc…) entre cada nome registrado;
  • Ao se depararem com nomes semelhantes, é importante problematizar, de forma que os alunos percebam que há necessidade de registrar o segundo nome, como Maria Isabel e Maria Eduarda.

Além da lista, fazer cartões de nomes, em que os mesmos cuidados assinalados acima sejam observados, também é interessante, pois esse material pode, mais facilmente, ser levado à mesa do aluno para servir de modelo nas situações de escrita, além de ser um material útil em propostas em que os alunos precisem ler.

No entanto, é preciso deixar claro que os alunos somente ganharão autonomia para ler e escrever seus nomes se:

  • Houver um trabalho em que frequentemente precisem ler e escrever nomes;
  • As atividades propostas não forem meros exercícios de identificação de nomes ou de cópia, mas façam sentido, ou seja, exista um motivo claro e compartilhado entre todos para realizar as atividades;
  • Em todas as situações propostas, as crianças colaboram umas com as outras, enumerando quais pistas, oferecidas pelas letras, permitem realizar as leituras propostas, pistas essas que devem também ser justificadas pelos alunos;
  • Planejar situações considerando a autonomia já conquistada pelos alunos para enfrentar os desafios.

Desde o início do ano, é importante que os alunos tenham contato com a lista de nomes dos colegas na forma de um cartaz em que constem todos os nomes e na forma de cartões individuais para cada nome. Tal material deve estar em tamanho legível, mesmo à distância (sugerimos o uso da letra CAIXA ALTA), não é necessário mudar a cor da letra para diferenciar nomes de meninos e meninas.

Com isso, espera-se que as crianças contêm apenas com a diferença entre as letras que compõem cada nome para apoiá-las em atividades em que terão de localizar seu próprio nome ou o de algum colega. À primeira vista, pode parecer que isso dificulta o trabalho das crianças, mas tais cuidados visam a garantir que a localização rápida dos nomes não se torne o objetivo e, sim, um desafio para que as crianças, aos poucos, utilizem as letras para diferenciar um nome do outro.

Dito de outra forma, espera-se que os alunos usem as letras como indícios ou pistas que lhes permitam ler os nomes, antes mesmo de dominar o funcionamento do sistema alfabético de escrita. Numa determinada classe, por exemplo, se expostas à necessidade de ler os nomes dos colegas, as crianças observam que o único nome da classe a se iniciar pela letra R é o do colega RENATO, sendo esse um indício eficiente para localizá-lo. Já a leitura de MARIA LÚCIA não é tão simples, pois na mesma classe há também MARINA e MARIA ISABEL.

Nesse caso, a letra inicial permite localizar os nomes dessas meninas, mas não é suficiente para saber quem é quem. Resolvendo o desafio, algumas crianças observam que o nome de MARIA LÚCIA tem duas partes, o que o diferencia do nome de MARIANA. Observam também que a primeira parte se repete no nome de MARIA ISABEL e, para diferenciar o nome de uma e outra colega, é suficiente observar a última letra ou a primeira letra da segunda parte (ou palavra) de cada um dos nomes.

Muitas vezes, as crianças observam essas pistas escritas antes mesmo de compreender que tais diferenças se relacionam ao som associado a cada letra. No entanto, tal possibilidade de discriminação entre palavras contribui para associações entre sons e letras. Se, no início do ano, as crianças não contam com essas pistas de leitura, é preciso um trabalho constante, intencional e cuidadoso desde o princípio, para que, aos poucos, se apropriem de tais recursos.

Para que consigam, autonomamente, localizar os nomes na lista e, ao mesmo tempo, justifiquem suas escolhas de maneira adequada (ou seja, expliquem no que se basearam para descobrir que em determinado cartão está escrito o nome de certo colega), é preciso que diferentes situações ocorram. Você pode:

  • ler em voz alta o que está escrito nos cartões de nomes. Por exemplo, diz “aqui está escrito MANUEL, vou dar esse cartão ao Manuel para que ele possa escrever seu nome na atividade”. Esse encaminhamento é mais frequente no início do trabalho, pois as crianças ainda não contam com elementos que lhes permitam diferenciar um nome do outro;
  • propor momentos coletivos em que pede ao grupo que encontre, na lista, o nome de determinado colega. Nesse momento, faz perguntas como “onde vocês acham que pode estar escrito o nome do Manuel?” Para cada resposta das crianças peça justificativas para aquela suposição, dizendo “por que você acha que aí está escrito MANUEL? O que fez você pensar que nessa palavra pode estar escrito esse nome?” Com esse encaminhamento, deixa claro que não se trata de uma escolha aleatória, uma adivinhação, mas de usar letras como pistas que permitam localizar o referido nome;
  • propor que uma criança confirme a suposição de outra. Por exemplo, a partir da indicação de um colega, que diz que em determinado cartão deve constar o nome do Manuel, você pede ao próprio que diga se a palavra escolhida é, ou não, seu nome. Ao mesmo tempo, pede que Manuel ajude os colegas a encontrar boas pistas para localizar seu nome. Muitas vezes, a letra inicial é um bom indício para isso. Em alguns casos, porém, outras letras podem ser consideradas (por exemplo, uma letra que aparece na posição central, mas faz parte apenas do nome de uma criança, tal como o Y no nome de MAYRA).

A colaboração entre os alunos pode dar-se em momentos coletivos, em que todos trocam informações sobre recursos eficientes para localizar os nomes dos colegas. É interessante, porém, que tais momentos sejam mesclados com outros em que a colaboração se dá em pequenos grupos (em quartetos ou duplas), especialmente organizados de acordo com os conhecimentos dos alunos em relação ao sistema de escrita.

Em outros, ainda, é importante que os alunos sejam desafiados a realizar tais leituras individualmente, ou seja, a partir das discussões anteriores, cada criança precisa ter a oportunidade de arriscar a ler seu nome ou o nome dos colegas, contando com a lista de colegas da classe para consulta.

O objetivo desse conjunto de situações didáticas é promover ricas discussões coletivas acerca da leitura e escrita de nomes próprios, em que seja possível aos alunos informar-se, discutir, justificar suas ideias, confrontar pontos de vista diferentes, construir argumentos para defender suas opiniões gerando, assim, avanço na aprendizagem do sistema de escrita.

Fonte:

Educa juntos : língua portuguesa / Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. – Curitiba : SEED – PR, 2019. – 210 p. (Caderno de orientações didáticas para o professor ; primeiro ano).

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