Você já prestou atenção na música do cinema? Alguns músicos dizem que a boa trilha sonora é aquela que não percebemos num filme que adoramos, justamente porque ela está tão integrada à cena que praticamente passa desapercebida. Você já prestou atenção em como certos temas nos fazem lembrar exatamente determinado filme, por exemplo, quase todo mundo conhece o tema de Guerra nas Estrelas ou de Missão Impossível, nesses casos a música, além de reforçar as cenas, é muito marcante e fica tão conhecida quanto os filmes.
O cinema, oficialmente, foi criado pelos irmãos Louis e Auguste Lumière em 1895, no entanto, o desenvolvimento das trilhas sonoras como conhecemos hoje somente ocorreu depois do advento do som no cinema, no final dos anos 20. Como você sabe, o cinema nasceu mudo, porém, a música sempre esteve presente durante os filmes, pois a participação de um ou mais músicos era fundamental nas projeções e em certos casos existiam orquestras contratadas para acompanhar o filme. Veja algumas imagens de filmes bastante antigos:
Charles Chaplin foi um dos primeiros e mais conhecido diretor a compor música para seus filmes. Mas quem primeiro compôs música como suporte narrativo foi Eisentein (1898-1948) na Rússia, mas suas ideias ficaram restritas ao cinema soviético. No ano de 1927, nos Estados Unidos, tudo começa a mudar no mundo do cinema. Nesse ano foi desenvolvido o Vitaphone, uma máquina de projeção por meio da qual o filme era sincronizado a um disco de 78 rotações.
The Jazz Singer entrou para a história como o primeiro filme sonoro, a partir daí o cinema nunca mais seria o mesmo, em apenas três anos quase todas as produções passaram a ser sonorizadas. Nesse filme, o ator e cantor Al Jonson (1886-1950) vive o papel de um cantor judeu que queria seguir a carreira artística, mesmo com a resistência de sua família, apresenta-se pintado de negro como os antigos artistas de Vaudeville.
Vaudeville: espetáculos cômicos feitos por atores profissionais excluídos das grandes companhias. Mostravam pequenas apresentações que parodiavam canções populares adaptando-as ao roteiro.
Com o surgimento do filme sonoro não era mais necessária a presença de músicos nas projeções, diminuindo o custo dos ingressos, popularizando ainda mais o cinema. O sucesso foi tanto, que nem a quebra na bolsa de valores de Nova Iorque em 1929, diminuiu as plateias. Os atores também sentiram as mudanças. A necessidade da interpretação fez com que muitos perdessem o emprego, pois possuíam apenas dotes físicos insuficientes no novo cinema falado.
Além disso, muitos atores e atrizes nem falavam a língua dos países em que trabalhavam, o que nacionalizou o cinema em todo o mundo. As possibilidades expressivas do cinema se ampliaram, os produtores perceberam que a música era um bom negócio. Pouco tempo depois outra inovação, o Movietone, nele os sons eram gravados no próprio filme (película) junto às imagens, melhorando muito a sincronia e a qualidade sonora.
A música no cinema
Para Salles (2002), um acontecimento que revolucionou a forma de realização das trilhas sonoras foi o surgimento do desenho animado de Walt Disney, “Fantasia”, em 1939. Fantasia foi uma experiência inovadora, ousou combinar desenho animado com músicas de Beethoven, Schubert, Stravinsky, entre outros. Esse desenho abriu a mente dos produtores sobre a importância que a música poderia ter no resultado final de um filme.
A partir dos anos 50, o grande número de produções cinematográficas nos EUA, Europa e até do Brasil com a companhia “Vera Cruz”, requeriam diferentes trilhas sonoras, sejam para filmes de gangster, faroeste, comédias, suspense, etc, as trilhas com o tempo foram se especializando, pois cada tipo de filme requer uma trilha sonora que reflita o roteiro, sejam eles de suspense, drama, ação, aventura, comédia, entre outros.
REFERÊNCIAS:
Arte / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. – 336 p
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