De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM5, 2014), os Transtornos Específicos de Aprendizagem estão dentro de uma categoria mais geral, chamada “Transtornos do Neurodesenvolvimento”.
Os Transtornos do Neurodesenvolvimento referem-se a transtornos que se manifestam desde muito cedo e se caracterizam por déficits no funcionamento pessoal, social ou acadêmico que afetam a capacidade da criança de ter um desempenho semelhante ao de outras crianças em diversas áreas do cotidiano.
Dentre os transtornos do neurodesenvolvimento estão o Transtorno do Espectro Autista, o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, a Deficiência Intelectual e os Transtornos Específicos da Aprendizagem relacionados à leitura, escrita e matemática (dislexia, disortografia e discalculia). Os Transtornos Específicos da Aprendizagem não são raros, eles apresentam uma prevalência estimada de 5 a 15% das crianças em idade escolar (DSM-5, 2014).
Porém, apesar da alta incidência, estes transtornos são subdiagnosticados no Brasil (ALTREIDER, 2016). Um transtorno da aprendizagem pode ser específico, quando o aluno apresenta dificuldade em apenas alguns aspectos particulares do seu funcionamento, ou seja, pode ter dificuldade específica de matemática, mas vai bem na leitura e vice- -versa, ou pode envolver dificuldades em duas ou mais áreas concomitantemente.
Os Transtornos Específicos da Aprendizagem manifestam-se durante os anos de escolaridade formal e caracterizam-se por dificuldades persistentes que acarretam em prejuízos na aquisição das habilidades básicas acadêmicas de leitura, escrita e/ou matemática (DSM 5, 2014).
É importante esclarecer que, apesar das dificuldades acadêmicas, as pessoas com Transtornos Específicos de Aprendizagem possuem bom nível de inteligência, apresentando uma condição distinta da deficiência intelectual.
O desempenho do indivíduo está aquém do esperado para sua idade, mesmo sendo ofertadas condições de aprendizagens apropriadas. Apesar das dificuldades, não há déficit cognitivo, o nível intelectual – a inteligência – não está comprometida, ou seja, o aluno com um transtorno de aprendizagem tem o seu Quociente de Inteligência (QI) dentro do esperado, porém, os recursos e estratégias internas do indivíduo não são suficientes para realizar as demandas acadêmicas que envolvem a leitura, escrita e/ou matemática.
Título : Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem
Autoras : Josieli Piovesan, Juliana Cerutti Ottonelli , Jussania Basso Bordin e Laís Piovesan
Fonte: Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem [recurso eletrônico] / Josieli Piovesan … [et al.]. – 1. ed. – Santa Maria, RS : UFSM, NTE, 2018.
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