Fases das Hipóteses de Escrita

Fases das Hipóteses de EscritaAntes de falarmos sobre as hipóteses de escrita, é necessário esclarecer antes sobre a importância das fases da escrita.

Por meio da descoberta da hipótese de escrita ao qual o sujeito se encontra, é possível que o professor intervenha com atividades eficientes e que condizem com a necessidade e que contribua para que o sujeito possa evoluir em sua escrita, alcançando o desenvolvimento e superando possíveis dificuldades e dúvidas.

Hipótese Pressilábica:

Características:
  • Apresenta Leitura Global;
  • Costuma usar em geral as letras de seu nome;
  • Usa pseudo letras, ou seja, escritas que fazem alusão à escrita;
  • Prioriza critérios quantitativos;
  • Relaciona o tamanho da palavra ao tamanho do objeto representado, ou seja, palavras grandes para objetos grandes e palavras pequenas para objetos pequenos;
  • Apresenta Substituição da escrita por desenho;
  • Acrescenta desenho ao lado do escrito para garantir a leitura;
  • Acredita que o significado depende do desejo de quem escreveu;
  • Não percebe as partes da palavra, ou seja, não identifica as sílabas;

Assista o vídeo: Sondagem de Escrita: O que é? Como Aplicar?

Os principais conflitos cognitivos dessa fase é a relação do sujeito perante o tamanho da palavra em relação ao objeto representado, a substituição da escrita por desenhos e as pseudos letras que são tentativas de reproduzir a escrita.

Nessa fase a criança/sujeito precisa compreender que a escrita representa a fala, ou seja, é necessário usar atividades que façam parte da vida da criança como o seu nome. É importante também trabalhar boas referências como textos curtos, parlendas, trava línguas, e letras de músicas conhecidas.

Silábica sem valor sonoro convencional:

Características:
  • Nessa fase a criança/sujeito Já percebe que as palavras são compostas por partes, (sílabas), e que a escrita representa fala;
  • Faz uso de caracteres que não tem relação com as letras ou fonemas que compõem as palavras;
  • Para cada segmento da escrita poderá usar uma ou mais letras ou pseudo letras, ou, em alguns casos desenhos para representar uma parte da palavra , pois acredita que com poucas letras não é possível escrever algo;
  • Ao ler entra em conflito entre a ideia de parte e o número de caracteres que fez uso. Nestes casos retira as sobras ou refaz a leitura ajustando-a ao número de caracteres;
  • Tem prioridade em relação ao critério quantitativo em detrimento do qualitativo. Costuma se questionar sobre: Quantas letras preciso?

Essa fase apresenta pontos favoráveis como o critério em relação à quantidade de letras em contrapartida à qualidade da escrita. Além disso, nessa fase a criança se questiona a respeito do número de letras que ela precisa usar para escrever uma determinada palavra.

Para avançar na escrita o sujeito precisa compreender como a escrita representa a fala e como ocorre a combinação e uso das letras para expressar a fala de forma escrita.

Como forma de promover a evolução dessa fase, é necessário promover atividades que façam uso de letras móveis para que a criança possa construir palavras, trabalhar com textos que a criança saiba de memória, atividades com cruzada, bingo de palavras, e jogos da memória.

Silábica com valor sonoro convencional:

Características:
  • A criança percebe que as palavras são compostas por partes assim como frase e textos, e que a escrita representa fala;
  • As letras usadas possuem relação com as letras ou fonemas que compõem a palavra; sendo que, por vezes, apenas uma parte dos seus escritos tem relação com o fonema;
  • Para cada segmento da escrita poderá fazer uso de uma ou mais letras, acredita que com poucos caracteres não é possível escrever algo;
  • Ao ler entra em conflito em relação ao uso de letras que fez uso. Nestes casos retira as sobras ou refaz a leitura ajustando-a ao número de caracteres;
  • Nessa etapa prioriza o critério qualitativo, sem abandonar totalmente os critérios quantitativos. Em dúvida, eventualmente, faz uso de curingas. Seu questionamento é: Quantas letras eu preciso e quais seriam elas?
  • Faz uso somente de vogais, somente de consoantes ou de ambas da palavra que está escrevendo em questão;

Nessa fase a criança/sujeito faz uso de curingas, ou seja, usa letras que não fazem parte da escrita quando não sabe que letra usar. Esse momento também é marcado pela  ausência de construção de sílabas.

Para que a criança alcance seus objetivos, é necessário que ela precise saber como a escrita pode representar a fala.

Para ajudar nesse momento é necessário propor atividades com o uso de letras móveis, textos curtos e com qualidade, que façam parte do seu dia a dia. Além disso, é necessário trabalhar com a criança listas, parlendas, nomes, adivinhas, trava línguas,  cruzadinhas e jogo da forca.

Esses tipos de atividades fazem com que a criança se questione a respeito da quantidade de letras ao se usar, e que é necessário mais de uma letra para formar sílabas e alguns momentos da escrita.

Silábico-Alfabética:

Características:
  • Em alguns momentos escreve ora compondo sílaba ora não compondo;
  • É caracterizada como hipótese de transição, ou seja, entre a silábica e a  alfabética;
  • Fase Iniciada pela reflexão intra-silábica;
  • Ao escrever as palavras ou frases poderá recuar buscando sua “zona de conforto” escrevendo silabicamente;
  • Quando se esquece de qual letra usar, pode fazer uso de “curingas”;

Esse período da escrita é marcado pela oscilação entre compor e não compor sílabas.  Nesse momento a criança precisa aperfeiçoar sua escrita sendo capaz de escrever alfabeticamente.

Com isso é necessário aplicar atividades com cruzadinhas, trabalhar com construção de texto lacunado,  produção de texto em que uma criança dite e a outra escreva, pegar a escrita da criança sem segmentação e devolver para classe com tarjas de papel em branco de acordo com número de parte da frase ou palavra.

Trabalhar escrita com escriba, ou seja, uma criança escreve na lousa o texto que está sendo ditado, escrever diferentes tipos de texto e escrever palavras com letras ou sílabas sorteadas.

Alfabética:

Características:

  • Produz escritos possíveis de serem lidos por outras pessoas;
  • Escreve foneticamente correto;
  • Ao produzir frases ou textos costuma não priorizar (“descuidar”) da segmentação e da construção de palavras, fazendo uso até mesmo de escrita silábico-alfabética;
  • Seus escritos, em geral trazem marcas de oralidade. (ex.: “tisora” para escrever tesoura);
  • Constroem regularidades que nem sempre correspondem ao convencional (ex.: se digo “comi”, então direi “fazi”);
  • Questões ortográficas de ordem fonética (substituir “Ca” por “Ka”  ou “X” por “Ch” …);
  • Ainda não tem preocupação com as questões gerais de ortografia;
  • Usa Hipercorreção, ou seja, costuma corrigir quando não se deve corrigir.

Essa fase é caracterizada pela ausência de segmentação, ou seja, apresenta erro ao escrever não separando as palavras de forma correta. Costuma corrigir seus escritos de forma inoportuna, apresenta erros ortográficos e marcas de oralidade.

Para que a escrita evolua é necessário que a criança revise seu próprio texto, encontrando os possíveis erros.

Como nas demais fases, as atividades como: construção de texto,  produção de texto feito pela  criança, trabalho com texto e segmentação, escrita por escriba, cruzadas, e diferentes tipos de textos, proporcionam o desenvolvimento na escrita.

Temos que ter em mente que para que a criança/sujeito seja um bom escritor, deve ser um leitor. A leitora proporciona a ampliação do repertório de palavras e o desenvolvimento da escrita de forma efetiva.

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