Escrita nas Cavernas

Escrita nas CavernasMuito tempo atrás, o homem vivia em cavernas. Não falava, nem escrevia. Vivia da coleta de frutos e da caça. Com o passar do tempo, sentiu necessidade de se fazer entender pelo outro. A escrita foi inventada pelo homem na tentativa de organizar uma sociedade. Buscando registrar fatos, contar rebanhos, deixar marcada sua história, diferentes povos tiveram a mesma ideia ao mesmo tempo porque tinham as mesmas necessidades. Nas cavernas foram encontrados desenhos representando cenas de caça, animais, rituais de magia e objetos variados. Esses desenhos são as primeiras tentativas do homem de materializar sons, sensações, necessidades, ideias e desejos. Um desenho na parede da caverna poderia indicar onde havia caça. OutroEscrita nas Cavernas desenho poderia indicar os rituais coletivos: caçadas, cenas diárias da vida do grupo, o que observavam na natureza, etc. Cavernas com pinturas foram achadas em diversos países da Europa e África. Também aqui no Brasil, no estado do Piauí, arqueólogos descobriram cavernas com muitos desenhos rupestres deixados pelo homem primitivo. A história da escrita está sendo reescrita. Novos achados arqueológicos sugerem a ideia de que o surgimento da escrita ocorreu a diversos povos ao mesmo tempo.

Desenvolvimento da escrita

A escrita pode ter tido início quando um homem pegou um graveto e rabiscou sinais numa placa de barro ainda mole. Depois que a placa endureceu, ele leu os riscos que havia feito e surgiu aí a primeira escrita produzida pela humanidade. Com a escrita, assinalamos um novo marco na produção do conhecimento.

Para escrever servia barro, pele e seda:

Não só a escrita, mas também o material usado para escrever variavam de povo para povo.

Escrita nas Cavernas

Em torno de 2900 a.C., os pictogramas (desenhos feitos em tabuinha de barro que representavam coisas ou seres) foram substituídos pela escrita cuneiforme. O povo sumeriano desenvolveu a escrita cuneiforme também usando o barro, que era marcado com cunhas feitas com cálamo, talos de cana pontiagudos. Os cálamos serviam para a escrita como o lápis ou a caneta serve atualmente para escrever. Assim como aconteceu com várias outras línguas, o primeiro passo da escrita egípcia foi a representação gráfica daquilo que era visto, isto é, desenhava-se uma boca quando se pretendia escrever a palavra “boca” e as margens de um rioEscrita nas Cavernas quando se queria escrever “água”. Apareceram assim, os ideogramas.

Na mão do escriba, a vareta fina riscava o tablete de argila úmido, deixando traçados pequenos sinais em forma de cunha. Depois de terminada a carta, caderno ou documento, era preciso deixar secar. O sistema de escrita cuneiforme (a palavra vem do latim cuneos, que quer dizer justamente cunha) é, ao que tudo indica, o mais antigo do mundo. Os egípcios usavam o papiro, fabricado com a fibra de uma planta que cresce nas margens de um rio, o Nilo.

Escrita nas CavernasO papiro (Cyperus papirus) é uma planta ciperácea que floresce no verão. Planta típica das margens e alagados do delta do Nilo, foi a principal responsável pela difusão da escrita hierática. Suas hastes eram cortadas em tiras, depois trançadas, comprimidas e secas, originando as lâminas do material usado como suporte da escrita. Os papiros eram escritos com tinta preta e vermelha, delicadamente coloridos, dispostos em rolos com até 15 m de comprimento.

O papiro tinha que ser produzido em um local próximo ao pântano em que eram apanhadas as plantas, pois devia estar fresco para poder ser cortado. Para fabricar o material sobre o qual se escrevia, só se aproveitava, de toda a planta, o caule. Os filamentos gordurosos de caule eram postos para secar ao sol de modo a formarem lâminas. Essas tiras eram coladas e prensadas, constituindo-se assim o rolo. Inicialmente se escrevia na direção indicada pelas fibras, no direito, pois, do outro lado, o verso, as fibras eram dispostas em colunas.

Os hebreus usavam pergaminhos feitos com pele de carneiro.

PergaminhoEscrita nas Cavernas

O pergaminho, espécie de papel feito de pele de ovelha, foi o material mais usado para escrever, na Idade Média. Era usada para escrever a parte externa da pele da ovelha, da qual se raspava a lã. O pergaminho era usado pelos monges, que copiavam à mão os textos sagrados e obras gregas e romanas da Antiguidade. O uso do pergaminho foi superado quando o papel, feito de celulose, se tornou popular.

 

PapelEscrita nas Cavernas

O papel foi inventado na China há mais ou menos 2100 anos. Os chineses colocavam cascas de amoreira ou bambu na água. Depois que elas amoleciam, eram batidas até virarem uma pasta. Com essa pasta, eles faziam folhas lisas e finas. Por volta do século XII, os espanhóis conheceram o papel. Depois a idéia se espalhou por toda a Europa. No final do século XVII, o papel veio para a América. Gutemberg foi o primeiro a mecanizar a impressão.

Papel JEAN, George. A escrita, memória dos homens. Ed. Objetiva. 2002. p.80 e 96.

Escribas

Os escribas eram os responsáveis pela distribuição dos bens da lavoura e dos rebanhos entre os Escrita nas Cavernascidadãos que não produziam comida. Com o tempo, isso foi lhes dando um poder imenso, principalmente porque só eles sabiam decifrar os registros. No Egito, como na Mesopotâmia, saber ler e escrever era, ao mesmo tempo, privilégio e poder. Os escribas eram os mestres da escrita e por isso, os mestres do ensino.

O ensino era apreendido pela escrita. Eles desdobravam o rolo de papiro com a mão esquerda e enrolavam-no com a direita, à medida que o papiro era coberto com inscrições. Trabalhavam muitas vezes sentados, com o papiro preso entre os joelhos sobre seu avental. Para desenhar os símbolos, eles usavam uma varinha de caniço de 20 centímetros. A tinta preta era composta de uma mistura de pó de fuligem e água, junto com goma-arábica para fixar.

O FASCINANTE mundo do Antigo Egito. Egitomania, São Paulo:Planeta, v.2, 1997.

REFERÊNCIAS:

Orientações Pedagógicas: língua portuguesa, sala de apoio à aprendizagem / Paraná. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. – Curitiba: SEED – Pr., 2005.


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