Dicas para a Implementação de uma Rotina de Leitura e Escrita

Dicas para a Implementação de uma Rotina de Leitura e EscritaPara que seus alunos possam ampliar o conhecimento linguístico, construir procedimentos de leitura variados e, assim, aprender a ler com diferentes propósitos, bem como adquirir um repertório de textos e autores e, ainda, comportamentos de leitor, sugerimos que você considere as dicas a seguir:

LEIA EM VOZ ALTA TODOS OS DIAS:

– Textos literários: contos tradicionais, tais como Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, A princesa e a ervilha, O príncipe rã, O lobo e os sete cabritinhos … histórias contemporâneas, lendas, entre outros.

– Parlendas, quadrinhas, trava-línguas, cantigas, poemas, adivinhas e outros textos memorizáveis.

Os textos podem estar em um cartaz no mural, em um papel, com cópia para cada aluno, ou escritos na lousa. A presença do texto literário em suportes que não o livro de literatura não supre a necessidade do contato do aluno com o suporte original. O livro de literatura é fundamental para o aprendizado de estratégias de leitura, tais como: observação de elementos de capa e contracapa, integração entre imagem e texto, realização de antecipações com base na leitura de elementos não verbais, exploração de metáforas e inferências com base na articulação entre texto e imagem, observação do estilo do autor, dentre outras.

PROPONHA TAMBÉM MOMENTOS DE LEITURA NOS QUAIS OS ALUNOS:

– Possam explorar livros, revistas e jornais livremente, como nos cantos de leitura.

– Possam ler, apoiados por você, com diferentes propósitos.

– Possam ler, com seu apoio, informações presentes no ambiente escolar, ampliando o conhecimento que já possuem sobre a função da escrita.

LEIA EM VOZ ALTA PELO MENOS UMA VEZ POR SEMANA:

Um texto informativo: artigos e notícias de jornal, textos informativos sobre temas científicos (animais, plantas, corpo humano, planetas etc.).

E PELO MENOS DUAS VEZES NO MÊS:

Um texto instrucional: regras de jogos, receitas culinárias.

CONVIDE OS ALUNOS A LER TODOS OS DIAS:

Os nomes dos colegas, as atividades do dia, o nome da escola, os títulos das histórias conhecidas, os títulos de cantigas e outros textos disponíveis na escola.

ATENÇÃO!

– Sempre que possível, mostre o suporte original do qual o texto que você selecionou foi extraído.

– Se for uma notícia impressa, procure levar todo o jornal; se for uma notícia on-line, mostre a página web (site) de onde ela foi retirada. Se for um verbete de enciclopédia impressa, leve o volume; se for um verbete de uma enciclopédia on-line, mostre a página web (site) de onde ele foi retirado. Se for um conto, leve o livro. Se for uma regra de um jogo, leve o folheto de instruções ou até mesmo a tampa da caixa do jogo.

FINALMENTE, COMECE A APROVEITAR…

Os seus momentos de leitura em voz alta para favorecer a integração do trabalho de leitura e de escrita com as demais áreas do currículo. Por exemplo, ao selecionar uma notícia de jornal, você pode escolher uma que trate da fauna, da flora e do meio ambiente. Ou, então, ler um texto informativo que tenha relação com a história do lugar, com o modo de vida de diferentes grupos sociais (como os povos indígenas) ou que relate a vida em outros tempos e em outras partes do Brasil e do mundo. E mais ainda: ao escolher um texto para ser lido para e com os seus alunos, você pode aproveitar para tratar de temas relacionados à nossa sociedade atual, ao nosso dia a dia. Saúde, alimentação, lixo, preconceito, preservação ambiental, a importância do idoso, respeito às pessoas com necessidades especiais, trânsito, entre outros, são temas importantes cuja reflexão contribui para a formação de cidadãos mais críticos e expressam de forma transversal e integradora os temas contemporâneos definidos na BNCC. Você ainda pode se valer dos acontecimentos mais recentes para, por exemplo, selecionar notícias de jornal e discutir os conteúdos desses textos com os alunos.

REDOBRE AINDA MAIS A SUA ATENÇÃO NO MOMENTO DE SELECIONAR OS TEXTOS:

Escolha sempre textos com qualidade³. Evite as versões adaptadas que simplificam o conteúdo e a linguagem escrita. Esses textos pouco contribuem para a formação de seus alunos enquanto leitores.

Proponha que os alunos escrevam todos os dias:

  • O próprio nome em seus trabalhos do dia, consultando ou não o cartaz com os nomes da turma ou o crachá de identificação.
  • A data em seus trabalhos do dia, copiando-o ou não da lousa.

O trabalho com leitura de contos precisa acontecer. Não deixe de ler aqueles mais conhecidos, mas aproveite para acrescentar ao repertório dos alunos contos novos e também os pouco divulgados. Há muitas publicações de Grimm, Andersen e Charles Perrault. Aproveite também para apresentar-lhes diferentes versões. Você já reparou como a Chapeuzinho Vermelho de Perrault é diferente da Chapeuzinho de Grimm? Intensifique as atividades de ditado ao professor. Você será escriba e, junto com os alunos, poderá escolher as histórias às quais querem dar forma escrita – reescreva-as e, junto com os alunos, dê um destino para essa escrita: o mural da classe ou de outra classe, por exemplo. Nessas situações não é preciso que todos os alunos copiem os textos produzidos na lousa coletivamente. O objetivo é elaborar a linguagem que se escreve e não grafar!

Não se esqueça…

  • De planejar duplas/grupos de trabalho para que os alunos se ajudem mutuamente, trocando informações entre si.
  • De ficar mais próximo daqueles alunos que têm hipóteses muito iniciais sobre o sistema de escrita, atuando como “escriba” deles.
  • De pedir para que os alunos leiam aquilo que escreveram.
  • De que o objetivo dessas atividades em um primeiro momento não é fazer com que os alunos escrevam convencionalmente, mas, sim, que possam colocar em ação aquilo que já sabem sobre o sistema de escrita, sentindo-se cada vez mais dispostos e confiantes em escrever e aprender a escrever convencionalmente.
  • De incentivá-los a consultar outros materiais escritos para buscar informações sobre qual letra utilizar e como grafar as letras.

Em relação à leitura

Nos momentos de leitura do professor, é importante compartilhar com os alunos alguns comportamentos de leitor:

  • Apresentar, brevemente, o gênero textual que lerá (lenda, conto de assombração, conto de fadas, poema): “Hoje vou ler um poema”, “Este é um livro de contos de assombração” etc.
  • Fazer comentários em relação à biografia e ao estilo do autor: humorístico, poético, romântico etc.
  • Recomendar ou relembrar outros textos do mesmo gênero ou autor.
  • Explicitar os recursos que o autor utilizou para provocar no leitor medo, suspense, humor ou paixão etc.

Se pretendemos contribuir na formação de um leitor de literatura, que aprecie a dimensão estética das obras, é preciso escolher com critérios o que vai ser lido para os alunos. Com relação à leitura do aluno, o trabalho com listas tem um papel importante. A lista é um gênero que nos ajuda a organizar e guardar informações importantes que queremos lembrar de forma rápida e precisa.

Pode-se, por exemplo, organizar uma lista das histórias lidas ao longo do ano. Essa lista será expandida à medida que novas histórias forem se incorporando ao repertório da turma. Você também pode aproveitar algum contexto esportivo para intensificar o trabalho com os textos presentes nos jornais. Leia em voz alta para os alunos reportagens, crônicas e notícias sobre jogos e jogadores, textos informativos sobre a história do esporte em questão e textos informativos históricos e atuais sobre os países participantes de jogos. Seus alunos poderão buscar informações, ler as manchetes, legendas, localizar o nome de algum atleta/jogador ou equipe/seleção.

As propostas de leitura podem ter variações que atendam às diferenças entre os alunos, garantindo desafios para todos (difíceis, mas possíveis). Na proposta de leitura do jornal, os alunos encontrarão tabelas e gráficos. Não evite esse tipo de texto. Afinal, hoje em dia, não dá para ser um leitor competente sem a leitura de diferentes gêneros textuais. Se eles são desconhecidos para você, aventure-se a compreendê-los com seus alunos.

Em relação ao reconto de histórias

Para escreverem boas histórias, os alunos precisam ter ouvido muitas histórias de forma a se apropriarem da estrutura desse gênero. O passo seguinte seria ser capaz de recontar as histórias ouvidas, organizando os elementos da narrativa de forma adequada. Inicialmente as atividades de reconto de histórias podem ser feitas coletivamente e os alunos as realizarão oralmente. Essas atividades estão relacionadas ao desenvolvimento de competências de comunicação oral. Reconte você, seja um bom modelo. Convide outras pessoas para recontar ou utilize histórias gravadas em áudio.

Em relação à análise e reflexão sobre o sistema de escrita

A análise e reflexão sobre o sistema de escrita continua a ser um desafio, por isso,

  • as atividades com nomes e com parlendas, listas, poemas, cantigas, etc. devem continuar intensamente para aqueles alunos que ainda não escrevem convencionalmente.
  • as listas de equipes/seleções, de atletas/jogadores e países podem ser uma fonte de informações muito útil para esses alunos. Afinal, algumas palavras como “Brasil”, “medalhas”, “taça”, “gol”, “pontos”, entre outras, que eles acabarão memorizando a forma escrita de tanto vê-las, servirão como referência para que escrevam outras palavras.

as falas repetidas de uma personagem, como a da madrasta de Branca de Neve: … “Espelho, espelho meu, existe no mundo mulher mais bela do que eu?”, podem ser escritas em duplas ou individualmente. Essa é mais uma forma de favorecer a relação daquilo que o aluno fala ao que está escrito e, assim, possibilitar que ele avance em suas ideias sobre a escrita.

Fonte:

Educa juntos : língua portuguesa / Secretaria de Estado da Educação e do Esporte. – Curitiba : SEED – PR, 2021. – 286 p. Caderno de orientações didáticas para o professor ; segundo ano).

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