DESEJO DE CONHECER
Inicio essa subunidade questionando o seguinte: O que te motiva a buscar conhecimento? Que força é essa que te leva a buscar aprender coisas novas? É apenas motivação pessoal? Ou também podemos dizer que somos motivados por fatores externos? Na figura 27 o desejo pelo conhecimento é ilustrado.
O intuito desta subunidade não é o de responder a esses, e outros, inúmeros questionamentos que poderiam ser feitos, mas sim, de pensarmos a luz das teorias que se apresentaram ao longo da disciplina. Assim, o desejo pelo conhecimento deve ir além dos bancos escolares, e se transformar em força, que faz com que alunos do mundo todo enfrentem as tarefas acadêmicas propostas, movendo-se em busca do conhecimento e da própria razão de sua existência. Coll et.al. (2000), diferenciam dois grupos de estudantes: um que se motiva por interesse pessoal, tendo como meta a aprendizagem que leva a experimentar um certo grau de satisfação.
E um segundo grupo em que a motivação está centrada nos resultados, sendo que, o principal incentivo vem de reforços externos como elogios públicos e reconhecimento. Porém, nos mesmos estudos, sinalizam que a aprendizagem, tanto para o primeiro quanto o segundo grupo, não depende somente de cada indivíduo, mas que, a organização escolar e das próprias disciplinas pode facilitar uma situação de aprendizagem cooperativa, competitiva ou egocêntrica.
O papel desempenhado então pelo professor, nessa troca de aprendizagem e no despertar para o desejo de conhecer, é de suma importância. Inúmeras pesquisas e trabalhos relacionados com essa temática já foram publicados, por esse motivo, nesta subunidade, apenas nos deteremos sobre os enfoques da postura do professor em relação a abordagem dos conteúdos e como se constitui essa relação.
Se o desejo de conhecer pode ser ligado a fatores internos e externos, de cada indivíduo, qual postura o professor deveria ter no momento de trabalhar um conteúdo? Por exemplo, o que levar em consideração, primar pelo trabalho cooperativo, colaborativo, competitivo ou individualista? Se, nosso cérebro aprende através de inúmeros estímulos externos, como vimos no início da unidade, não podemos conceber uma educação voltada para a transmissão de informações.
Nesse sentido, o professor é visto como parte ativa do processo de ensino-aprendizagem, ocupando papel preponderante na busca pelo desejo de conhecer. E nesse sentido, a metodologia que ele utilizará, vai ao encontro de um ou de outro grupo mencionado anteriormente. Estudos de Ramsden (1997), apud Coll (2000), apresentam três características dos professores que favorecem a aprendizagem por motivação pessoal (alunos do primeiro grupo mencionado) que são: explicação de qualidade, favorecendo conexões com aprendizagem já existente; comunicação com entusiasmo, possibilitando comunicação ativa entre os alunos; se colocar no lugar do aluno, compreendendo as dificuldades de cada um, auxiliando-os para passar do conhecimento inicial para uma compreensão profunda de determinado tema.
Porém, para que a aprendizagem se torne significativa e desperte o desejo pelo conhecimento, ainda não se tem uma “fórmula”. O que sabemos de forma geral, através de diversos estudos, é que os métodos de aprendizagem, mais centrados nos alunos, favorecem esse despertar, sendo esta, entendida como um processo que envolve a pessoa de modo global. Parece conveniente questionarmos a respeito da diversidade de fatores, que determinam as demais capacidades, que o aluno enfrenta nesse processo, em particular as emocionais e pessoais.
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REFERÊNCIAS:
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM / Silva, Juliane Paprosqui Marchi da, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, Santa Maria | RS 2017
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