Esta concepção tem como principais representantes os teóricos Jean Piaget e Lev Vygotsky. Essa concepção, considera o conhecimento construído graças às interações que o sujeito tem com o meio externo (físico e social). O conhecimento não é interno, nem vem “nato”, com o ser humano, e nem externo construído a partir das percepções sensoriais, mas sim, através da interação entre eles, pois, o homem, não é considerado, nessa teoria, como um ser passível, mas interage e muda as coisas ao seu redor.
É nessa interação que os processos de aprendizagem vão se efetivando. Uma criança, por exemplo, constrói suas características de agir, pensar, sentir e sua visão de mundo, através da interação com outras crianças e adultos e esses processos duram a vida toda, o ser humano de acordo com essa teoria está em constante aprendizagem. Como principais teóricos destaco:
Jean Piaget (1896 – 1980), para ele o desenvolvimento da criança é marcado por estágios, cada vez que a criança é submetida a algo novo, acontece um desequilíbrio com os aprendizados que já possui e isso desencadeia um processo de assimilação e acomodação. É pelo contato com o mundo que seus conhecimentos são construídos. Sua teoria ficou conhecida como construtivismo, que trataremos nas unidades posteriores. Porém, para sintetizar, o trabalho deste teórico pode ser compreendido em diversas fases: Entre 1920 e 1930 se deteve em estudar a evolução ontogética e os processos mentais, bem como o conceito construtivista.
Entre 1940 e 1950 busca estudar os mecanismos funcionais da adaptação dos processos mentais, sendo que, a estrutura da mente passa a ser compreendida como um processo de reorganização continua, através da interação com o meio ambiente, passando do primeiro momento, das funções puramente biológicas, para os processos de adaptação ao ambiente. Lev Seminovitch Vygotsky (1896 – 1934) defende a mesma interação de Piaget, porém situada em um contexto sócio-histórico-cultural.
Acredita que, assim como o homem transforma a natureza, este também sofre os efeitos de sua interação, sendo que, esses processos são intencionais, e a partir dessas trocas a aprendizagem é construída. Criou o conceito de zona de desenvolvimento proximal, que chamou da distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial, ou seja, a distância entre aquilo que ainda não sei, mas que saberei. O surgimento desta teoria se deu no início do século XX, derivando da teoria do racionalismo, assim como a apriorista, ambientalista e inatista, mas com enfoques diferentes, pois discorda da teoria apriorista por desprezarem o papel do ambiente e das teorias ambientalistas por ignorarem os aspectos maturacionais, a concepção interacionista considera todas as dimensões do ser humano.
Para essa concepção a aprendizagem deve ser centrada no aluno, o professor desempenha papel de orientador, sendo que o erro passa ser motivo de construção e não desconstrução, ou motivo de vergonha, essa ideia vem dos estudos de Piaget, que veremos mais adiante. Nesse sentido Becker (2001, p.24) pontua que:
O professor construtivista não acredita no ensino, em seu sentido convencional ou tradicional, pois não acredita que um conhecimento (conteúdo) e uma condição prévia de conhecimento (estrutura) possam transitar, por força do ensino, da cabeça do professor para a cabeça do aluno. Não acredita na tese de que a mente do aluno é tabula rasa, isto é, que o aluno, frente a um conhecimento novo, seja totalmente ignorante e tenha de aprender tudo da estaca zero, não importando o estágio do desenvolvimento em que se encontre. Ele acredita que tudo o que o aluno construiu até hoje em sua vida serve de patamar para continuar a construir e que alguma porta se abrirá para o novo conhecimento – é só questão de descobri-la; ele descobre isso por construção. (…) Professor e aluno determinam-se mutuamente.
A escola nessa perspectiva passa ser um ambiente de trocas, de construção coletiva, não mais de competição, devendo a mesma propiciar esse ambiente harmônico. Ao contrário das teorias aprioristas o ser humano tem capacidades e competências iguais, somente o que muda é a forma com que aprendem determinados conteúdos relacionados a tipos de inteligência que também estudaremos mais adiante.
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REFERÊNCIAS:
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM / Silva, Juliane Paprosqui Marchi da, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, Santa Maria | RS 2017
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