A abordagem cognitivista investiga os caminhos percorridos pela inteligência (cognição) no processo de construção do conhecimento. Diferentes autores, adeptos dessa compreensão da ação educativa, atribuem maior ou menor influência à cultura, à personalidade, à afetividade, ao momento histórico e ao meio social no processo de aprendizagem.
Essa característica os distingue, em seus aspectos teóricos e práticos. Nesse conjunto ainda são encontradas as bases teóricas das teorias construtivistas. Os representantes mais significativos dessa concepção são o suíço Jean Piaget (PIAGET, 1999), que a partir dos anos 1920 mapeou o desenvolvimento cognitivo de crianças, e o norte-americano Jerome Bruner (BRUNER, 1977), que nos anos 1960 organizou uma teoria de instrução baseada no estudo da cognição.
Piaget, pai da Epistemologia Genética, buscou compreender a relação entre construção do conhecimento e desenvolvimento da inteligência. O teórico destaca que o conhecimento não pode ser concebido como algo predeterminado desde o nascimento e tampouco como mero resultado de percepções e informações, mas como fruto das ações e interações do sujeito com seu ambiente (PIAGET, 1999).
Os estágios de desenvolvimento descritos pela Epistemologia Genética – sensório-motor, pré-operatório e operatório (concreto e formal) – tornam clara a ideia de que a inteligência desenvolve-se a partir de um movimento interacionista e ocorre por saltos qualitativos (PESCE, 2010).
As teorias cognitivistas entendem o ser humano como um sistema aberto, ou seja, consideram sua capacidade de processar novas informações, integrando-as a seu repertório individual, reconstruindo-as de forma única e subjetiva continuamente ao longo da vida, em direção à constante auto superação, e incorporando estruturas mentais cada vez mais complexas.
Nessa abordagem, o professor é entendido como mediador entre o aluno e o conhecimento. Cabe a ele problematizar os conteúdos de ensino, criando condições favoráveis à aprendizagem, e desafiar os alunos para que cheguem às soluções por meio de um processo investigativo.
Embora o cognitivismo esteja originalmente relacionado ao desenvolvimento cognitivo de crianças, essas teorias têm sido re-significadas para responder a demandas da aprendizagem de adultos associada a recursos tecnológicos de ensino, como na EaD. Um exemplo são os sistemas projetados para identificar estilos de aprendizagem e para propor formas de navegação no conteúdo em hipermídia personalizadas.
Fonte: Especialização em Saúde da Família – Modalidade a Distância.
UNA-SUS UNIFESP, 2011.
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