Concepção Apriorista

Concepção AprioristaA teoria apriorista tem como grande filósofo Immanuel Kant representado na imagem abaixo conforme a figura. Para a teoria apriorista, o homem já nasce com as competências necessárias para aprendizagem, ou seja, essas competências são à priori da aprendizagem, ou seja, antes de aprender, inclusive sua personalidade e valores, sendo que o meio somente influenciará para fazer com que essas competências apenas aflorem. Essa teoria se apoia na teoria inatista e maturacionista.

O inatismo defende que o ser humano traz suas potencialidades através de heranças hereditárias pré-determinadas e, para os maturacionistas, todas essas potencialidades serão despertadas no tempo certo, ou seja, na maturação normal ao longo da vida essas potencialidades vão se mostrando. É com base nessa teoria que temos alguns ditos populares tais como: “filho de peixe, peixinho é”; “pau que nasce torto, morre torto”; “o fruto não cai longe do pé” dentre outros, pois, acredita-se fortemente na programação hereditária, ou seja, nenhuma pessoa nascida de pais analfabetos, por exemplo, chegará muito longe, como já traz os traços hereditários não tem muito que fazer em relação a isso, é uma teoria extremamente determinista e fatalista.

Algumas consequências para o ensino aprendizagem deixadas por essa teoria: Maturação: a ideia que a aprendizagem dependerá da idade em que a criança se encontra. Foco no que aprendeu: as avaliações são feitas em cima do que se aprendeu, não vai além, não é incentivado buscar conhecimentos novos. O ambiente externo tem pouca importância: não há necessidade de se criar na escola ambientes propícios para aprendizagem, uma vez que a criança já traz isso em seus traços biológicos, pouco importa o incentivo externo.

Características imutáveis: a criança sempre será a mesma, seu comportamento já vem pré-determinado, ou seja, se é uma criança agressiva, sempre será assim, se é inteligente não precisa estimular para ir além, já nasceu assim, o professor fica sem ter o que fazer diante dessas características imutáveis. A aprendizagem é responsabilidade do indivíduo: se o aluno não aprende, ou reprova com frequência, a culpa é dele, a escola e a família não têm nada o que fazer para auxiliá-lo.

O professor nesse contexto deverá apenas auxiliar o aluno a descobrir suas potencialidades, interferindo o mínimo possível nesse processo, pois, o aluno já tem o saber que ele precisa, apenas deverá tomar consciência disso. Então, consideram que o local onde esse indivíduo nasce e a sua família, são fatores determinantes para sua vida futura, ou seja, quem é pobre terá sempre esse destino, quem nasce em uma família de posses, se desenvolverá nesse sentido também. Becker (2001, p.22) pontua a respeito desta concepção que:

Essa mesma epistemologia, que concebe o ser humano como dotado de um saber “de nascença”, conceberá, também, dependendo das conveniências, um ser humano desprovido da mesma capacidade, “deficitário”. Esse “déficit”, porém, não tem causa externa; sua origem é hereditária. – Onde se detecta maior incidência de dificuldades ou retardos de aprendizagem? – Entre os miseráveis, os malnutridos, os pobres, os marginalizados… (…) A criança marginalizada, entregue a si mesma, em uma sala de aula não-diretiva, produzirá, com alta probabilidade, menos, em termos de conhecimento, que uma criança de classe média ou alta. Trata-se, aqui, de acordo com o apriorismo, de déficit herdado; epistemologicamente legitimado, portanto.

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REFERÊNCIAS:

PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM / Silva, Juliane Paprosqui Marchi da, UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA, Santa Maria | RS 2017


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