Resumo: Brincar é coisa séria – Rego

Resumo: Brincar é coisa séria – Rego

A brincadeira pode ser um espaço para promoção de avanços

O brincar durante a educação permite à criança alcançar seu desenvolvimento. As brincadeiras infantis é uma prática natural e espontânea que proporciona à criança conhecer o mundo ao qual está inserida e aprender de acordo com as experiências que vivencia.

Conforme a criança vai brincando e interagindo no meio e no mundo do faz de conta; vai criando e ampliando sua maneira de ver, pensar e agir perante a realidade que a cerca. Com isso ela vai formulando e reformulando suas ideias a respeito do que sabe e descobrindo novos conceitos.

A brincadeira é responsável no processo de desenvolvimento da criança. É uma ferramenta educativa que permite à criança de forma lúdica se desenvolver como sujeito. O professor como mediador do conhecimento deve propor de forma espontânea que a criança explore a imaginação e a criatividade, permitindo a elas ampliarem suas capacidades.

Brincadeira: imaginação que direciona à realidade

A brincadeira foi por muito tempo vista como algo sem critérios educativos. Com o tempo, e com pesquisas realizadas, foi se percebendo que a brincadeira faz ligação entre o real e o imaginário, ou seja, a criança brinca e faz de conta de acordo com suas experiências de vida.

A brincadeira permite que a criança faça ligação com a realidade, com isso ela cria situações do cotidiano, reinventa e transforma a realidade. A atividade lúdica é de suma importância para a criança, por meio das brincadeiras, a criança aprende se desenvolve e amplia suas competências e sua atuação no meio em que está inserida sabendo decidir e agir com autonomia.

Quando a criança ingressa no mundo da imaginação, a criança se introduz  de forma social, interagindo com diversas culturas que proporcionam a ela conhecer, assimilar e conviver com inúmeras experiências que contribuem para seu desenvolvimento como sujeito.

Brincar é uma necessidade da criança, uma forma de interagir com o meio social

O ato de brincar é uma necessidade da criança, o brincar é uma prática que contribui para seu desenvolvimento, pois por meio da atividade lúdica, a criança interage e se socializa. Essa interação durante as brincadeiras permitem que a criança crie situações que a façam compreender o mundo em que vivem.

Para que o desenvolvimento da criança aconteça é necessário que ela esteja inteiramente ligada ao lúdico, ou seja, é necessário que ela sinta prazer em brincar, só assim ela irá se empenhar e se entregar de forma afetiva durante a brincadeira a fim de expor toda sua criatividade e imaginação.

Conforme a criança vai brincando e aprendendo com suas experiências, ela vai amadurecendo, e com isso criando novas estratégias e novas formas de brincar.

Brincadeira: capacidade de modificar a realidade dando um novo sentido, e adquirindo novos significados.

Como já foi dito a brincadeira permite que a criança descubra e redescubra situações contribuindo para que compreenda a realidade em que está inserida e ampliando sua autonomia. Com isso se percebe que ao brincar garante que a criança descubra e a descoberta é um fator que auxilia que a mesma amplie suas habilidades tais como a:

– Observação;

– Concentração;

– Capacidade de analisar;

– Percepção e

– Hipóteses.

Todos esses fatores quando desenvolvidos, propiciam ao sujeito a capacidade de agir em meio a diversas situações do cotidiano, contribuindo para que sejam capazes de se posicionar em meio a situações problemas que exijam um posicionamento ou decisivo.

Vygotsky e a Brincadeira

Para Vygotsky a brincadeira passa por três etapas: imaginação, imitação e a regra. Segundo Vygotsky a brincadeira lúdica influencia e contribui para o desenvolvimento da criança.

O mundo da criança é rico e mutável e inclui, permanentemente, jogos de fantasias e realidade. Ao jogar a criança investiga, experimenta e aprende, necessitando completar a sua atividade lúdica, que deve ser respeitada. (Vygotsky, 1984,p.12).

A atividade lúdica garante que a criança vivencie um momento da realidade que ocorre na vida dos adultos, ou seja, ela vivencia e tenta reproduzir acontecimentos de sua realidade de vida e com isso ela tenta compreender o que está a sua volta, sendo capaz de atribuir significado e adquirindo respostas para as coisas que ainda não compreende.

Dessa forma se compreende o quão é fundamental o brincar na vida da criança. A prática pedagógica deve ter um olhar crítico e atento ao ato de brincar, garantindo que a criança tenha no espaço escolar um ambiente que garanta esse momento de em que ela possa se expressar de forma lúdica, garantindo a ela seu desenvolvimento de forma integral.

A brincadeira e o desenvolvimento social, cognitivo e cultural

Toda prática e realização humana são influenciadas pela construção social do sujeito que por sua vez é advinda de uma cultura que resulta em um desenvolvimento específico do sujeito. Ou seja, as brincadeiras são construções culturais de uma determinada sociedade e essa interação cultural e social garante que o sujeito desenvolva diversas capacidades cognitivas.

Por esse motivo, permitir à criança interagir com diversas culturas e se socializar são uma forma de garantir que ela amplie seus conhecimentos e habilidades. A socialização é um dos fatores mais importantes para a vida do sujeito.

A socialização favorece ao sujeito a descoberta e a capacidade de interiorizar as experiências vivenciadas no meio em que vive. Ampliar a visão de mundo é garantir que a criança seja capaz de atuar de forma ativa no meio, e com isso, ser futuramente um sujeito crítico que saiba ter autonomia para agir de forma plena em meio à sociedade.

Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia

Como foi dito, o brincar gera a aquisição da autonomia. Isso é resultado da interação que exige que o sujeito se comunique, resolva problemas, desafios e regras existentes durante as brincadeiras. Durante as inúmeras possibilidades lúdicas, a criança é exposta a diversas situações que exigem dela a capacidade de resolver situações problemas, tomada de decisões que envolvem diversas formas de representação tais como imaginar, imitar e inventar.

O brincar é mais do que uma distração, é uma linguagem na qual a criança revela uma forma de pensamento. Por meio da brincadeira a criança revela o que pensa, o que conhece e o que sente a respeito de algo. Em meio a essas informações o educador é capaz de mediar e promover brincadeiras que garantam o desenvolvimento da criança de acordo com sua experiência de vida.

O processo de aprendizagem e desenvolvimento por meio da ludicidade e do brincar ocorre de forma natural, pois sem perceber a criança brinca e aprende enquanto está brincando. O professor deve tomar cuidado a propor atividades, pois a atividade só é lúdica se for espontânea. Isso significa que se o professor impuser à criança e obrigá-la a brincar contra sua vontade, dessa forma, ela não sentirá prazer no ato de brincar e os objetivos de desenvolvimento e aprendizado não serão alcançados.

As brincadeiras devem ser orientadas pelo educador de forma criteriosa priorizando e garantindo que seja uma atividade lúdica. Assim dessa forma, a criança irá se envolver e interagir com diversas situações que envolva o meio em que vive, a comunicação com outras crianças e diferentes culturas, contribuindo desse modo para a ampliação de seus conhecimentos.

Leia o livro: Brincar é coisa séria

REGO, Teresa Cristina. Brincar é coisa séria. São Paulo: Fundação Samuel, 1992.

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