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O Behaviorismo, também conhecido como comportamentalismo, é uma área da psicologia que tem o comportamento como objeto de estudo. Esta palavra tem origem no termo behavior, que em inglês significa comportamento ou conduta. John Watson (1878-1958) foi o principal divulgador do Behaviorismo. O behaviorismo contempla o comportamento como uma forma funcional e reacional de organismos vivos.
Os principais tipos de behaviorismo são o Behaviorismo Metodológico, que tem como precursor o psicólogo John B. Watson e o Behaviorismo Radical, que tem como pai o psicólogo Burrhus F. Skinner. Sendo o behaviorismo de Watson o primeiro da evolução da escola de pensamento comportamental seguido por trabalhos de Edward Chace Tolman (1886-1959), cujo Behaviorismo intencional propunha uma explicação cognitiva para a aprendizagem, sugerindo que a repetição do desempenho de uma tarefa reforça a relação aprendida entre as dicas ambientais e as expectativas do organismo.
Clark Leonard Hull (1884-1952) com seu behaviorismo objetivo, reducionista e mecanicista, a teoria da aprendizagem de Hull concentra-se no princípio do reforço. Skinner com o behaviorismo radical. Esses behavioristas entendem que o estudo da aprendizagem constitui o tópico central da psicologia onde na maioria das vezes os comportamentos, independentemente da sua complexidade, podem ser entendidos pelas leis do condicionamento.
Depois aparece Albert Bandura (1925-) com o behaviorismo social cognitivo, cuja abordagem consiste em uma teoria de aprendizagem “social”, porque estuda informação e a modificação do comportamento nas situações sociais. Julian Rotter (1916-) com estudos dos processos cognitivos sociais, mas mantendo o enfoque na observação do comportamento manifesto.
Os behavioristas metodológicos estudavam os aspectos objetivos, observáveis e mensuráveis da atividade psicológica, deixando de lado aspectos subjetivos, considerados não mensuráveis, diferentemente dos behavioristas radicais que se preocupavam em estudar os comportamentos observáveis (inatos e aprendidos) e comportamentos privados ou encobertos (como pensamento, sentimento, resolução de problemas etc.). A partir do século XX, o estudo do comportamento animal é parte importante do behaviorismo com o objetivo de fazer comparações, sem “aproximar” o ser humano de outros animais.
Watson entendia que, se a observação objetiva era um método adequado para conhecer o comportamento animal, também seria eficaz em seres humanos. A associação de um estímulo inicialmente neutro a uma resposta, por meio do treinamento ou repetição, era a chave para a compreensão do comportamento. Ele estudava os comportamentos reflexos ou respondentes, os quais eram explicados a partir da relação entre um estímulo antecedente, estímulos eliciadores a uma resposta involuntária do organismo como salivar, sudorese, taquicardia.
Mais tarde, Ivan Petrovich Pavlov (1849-1936) buscou explicar sobre comportamentos reflexos aprendidos ou respondentes aprendidos. O estudo de tais comportamentos é fundamental para a compreensão sobre as emoções dos seres humanos, incluindo situações em contexto educacional.
O behaviorista Burrhus Frederic Skinner (1904-1990) foi o pesquisador behaviorista mais conhecido. Sua extensa produção teórica influenciou a Psicologia e ficou conhecida por Behaviorismo Radical, designando uma filosofia da Ciência do Comportamento (que ele se propôs defender) por meio da Análise Experimental do Comportamento humano, que tem sua base teórico-conceitual na formulação do comportamento operante que se caracteriza por estímulos que seguem a resposta permitindo modelar um determinado comportamento pretendido.
O comportamento operante pode ser público (observável) e privado ou encoberto (sentimento, pensamento, raciocínio, resolução de problema etc.), assim como o meio pode ser interno ou externo. Ainda o condicionamento operante refere-se ao de contingência tríplice, ou seja, a relação entre a situação que antecedente a ocorrência de uma resposta do indivíduo (pública ou privada), a ocorrência da resposta e as consequências que a resposta opera (produz) sobre o meio (externo ou interno). Segundo o autor, “os homens agem sobre o mundo, modificam-no e são modificados pelas consequências de suas ações”, Skinner (1953).
Enfim, nesta afirmação, Skinner expressa qual a concepção de ser humano que o Behaviorismo Radical e a Análise do Comportamento apresentam: sujeito ativo, interativo e participativo em seu meio (externo e interno). Ou seja, no processo ensino-aprendizagem tanto professor como estudante são vistos como sujeitos ativos em interação constante de conhecimentos e habilidades. O Condicionamento operante é a modificação do comportamento (reações e ações do ser humano), através do controle das consequências que se seguem a um determinado comportamento.
O Behaviorismo Radical contempla os estímulos dados aos indivíduos pelo meio ambiente. Há vários tipos de estímulos antecedentes, por exemplo: estímulo discriminativo e estímulo neutro. Há estímulos consequentes: reforço (positivo e negativo) e punição (positiva e negativa). A retirada de estímulos aversivos é chamada de reforço negativo. Esta retirada também aumenta a probabilidade que a resposta desejada ocorrer. Para chegar a estes conceitos, Skinner utilizou-se de experimentos que ficaram famosos, realizados com ratos de laboratório num equipamento que ganhou o nome de Caixa de Skinner.
Caixa de Skinner
Cada rato era colocado sozinho no interior da caixa, a qual era equipada com um bebedouro acionável pelo experimentador ou pelo próprio rato, na medida em que pressionasse numa pequena barra existente no interior do equipamento. Dentre os behavioristas, o trabalho de Skinner é o que tem mais implicações educacionais.
As contribuições do Behaviorismo Radical e Análise do Comportamento são inúmeras para a educação. Sua abordagem teve profundo impacto nas tecnologias de ensino (tecnologias para melhorar o ensino e facilitar a vida de professores e alunos como, por exemplo, o quadro negro digital, o ensino a distância), especialmente no que se refere à instrução programada que segundo Glória Della Monica (1977):
A “instrução-aprendizagem programa”, um dos mais modernos métodos pedagógicos, destina-se a aumentar a eficiência do processo de ensino-aprendizagem, tendo em vista a proficiência dos educandos e levando em conta, principalmente, o ritmo de aprendizado de cada um, relativo aos diferentes ramos do conhecimento humano.
Texto complementar Instrução programada http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0034-75901977000300012&script=sci_arttext Tecnologias de ensino da Análise do comportamento https://mdlw.wordpress.com/tag/tecnologia-de-ensino-b-f-skinner-psi/
Em entrevista dada a uma revista brasileira de análise do comportamento, em 1974, Skinner definiu sua máquina de ensinar da seguinte maneira:
Minha “máquina de ensinar” consiste, muito simplesmente, em programar o material didático de maneira que o estudante seja recompensado pelos seus esforços não no fim do curso ou de seus estudos – o que é causa de baixa produtividade –, mas em cada uma das etapas de sua aprendizagem. Isto é, ao aprender uma lição, o aluno não é recompensado pelos seus esforços um mês depois, quando recebe a nota X, mas enquanto está trabalhando na lição. Se um aluno pode ver a resposta de um problema matemático apenas quando terminou de resolvê-lo, ele é estimulado por vários fatores: o triunfo de ter resolvido o problema corretamente ou o descobrimento da resposta correta. Se ele fica esperando a nota do professor, que deve ter um valor punitivo, ele não tem verdadeiras razões positivas para se interessas por problemas matemáticos. É fundamental entender que o organismo humano, em relação com o seu comportamento, é reforçado pela sua capacidade de efetividade. (SKINNER,1974)
Em sua obra “Escola do Futuro” de 1989, Skinner defende a ideia de que os professores terão mais tempo para falarem com seus alunos. Funcionarão como conselheiros, provavelmente permanecendo em contato com determinados estudantes por mais de um ano e tendo a oportunidade de conhecê-los melhor. Os professores deverão ser mais capazes de ajudar os estudantes a escolher campos de interesse, seu futuro.
Terão a satisfação de fazer parte de um sistema que ensina habilidades de forma direta e com acompanhamento ponto a ponto. Na educação, o behaviorismo é utilizado de forma a proporcionar melhoria no aprendizado, a partir das modificações comportamentais do aluno e do professor, aplicando, por meio da psicologia, técnicas diversas, acreditando-se que, conforme já defendido por Watson, é possível transformar um indivíduo por meio do processo da educação.
FONTE:
Prado, Margareth Simone Marques. Psicologia da educação / Margareth Simone Marques Prado ._ Cruz das Almas, BA: SEAD-UFRB, 2017.
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