Televisão e Televi-sons
Com os avanços tecnológicos do século XX, os meios de comunicação mudaram o cenário mundial, a televisão talvez seja o meio de comunicação que mais colaborou com elas. Por meio da TV, entramos em contato com o que ocorre em nosso mundo globalizado, orientando nossos costumes. A televisão assume um papel de formação dos sujeitos, dizendo-lhes o que comer, o que vestir, o que escutar e até o que pensar e muitas vezes esses telespectadores nem se dão conta disso.
Pense a respeito, você concorda? As TV’s ao redor do mundo tiveram diferentes influências. Na Europa, a televisão, inicialmente, inspirou-se no teatro e na música de concerto. Nos Estados Unidos, a TV foi influenciada pelo cinema e no Brasil o rádio foi muito importante para a criação de nossa televisão (Medaglia, 2003). A tradição e a qualidade brasileira na produção de novelas, por exemplo, surgiu das radionovelas. Nessas produções era fundamental o trabalho dos técnicos em sonoplastia, que criavam engenhocas sonoras a fim produzir os sons necessários às cenas narradas pelos dubladores e transmitir maior realismo ao ouvinte do rádio (Medaglia, 2003).
Na televisão, o tratamento sonoro seguiu as ideias do cinema, porém, dificilmente são produzidas trilhas sonoras com o mesmo cuidado. A velocidade com que a TV precisa produzir imagens para o consumo do público é um dos fatores que impossibilita a criação de trilhas sonoras com o mesmo cuidado artístico do cinema. Outro fator econômico é a vinculação de canções populares difundidas no rádio, que fazem sucesso na época em que a novela está no ar, o que torna possível a venda de grandes quantidades de CD’s com essas trilhas sonoras amplamente divulgadas nos intervalos comerciais da própria emissora e lançadas em versões nacionais e internacionais.
Com isso, as emissoras preenchem os espaços entre as falas dos personagens e ganham muito dinheiro com a venda de CD’s. Não podemos deixar de comentar os videoclipes como uma importante forma de união das imagens e sons. Você acha que os videoclipes são uma forma de arte? Os primeiros videoclipes surgiram no início dos anos 60 do século XX, quando a música “jovem” começou a ser mais difundida, principalmente pelo Rock’n’Roll.
Grupos como os Beatles e os Monkees e compositores como Bob Dylan foram os pioneiros na criação de vídeos promocionais para a TV. Naquela época, porém, esses vídeos não tinham a importância que têm hoje para a divulgação. Com o surgimento da MTV americana, em 1981, e depois de outras emissoras do mesmo estilo ao redor do mundo, os vídeosclipes passaram a ser mais produzidos e elaborados, fazendo com que as gravadoras gastassem mais em suas produções.
Algo curioso acontece nos clipes, existem vídeos que são extremamente inovadores e criativos, mesmo quando realizados com poucos recursos e outros totalmente pobres mesmo gastando milhões. Para os vídeosclipes a frase do cineasta Glauber Rocha (1938-1981) “uma ideia na cabeça e uma câmera na mão” encaixa bem.
Apenas ouvir ou ver não é suficiente
Em 1876, há pouco mais de cem anos, o mundo ficou maravilhado quando Alexander Graham Bell inventou o telefone. Hoje os celulares não só transmitem a voz humana como também fotos ou imagens em movimento. Vivemos em um mundo no qual os recursos multimídia estão cada vez mais presentes. Videogames de realidade virtual chegam a simular sons, imagens e até sensações de tato.
A cada ano são inventadas novas formas de reprodução das imagens e dos sons, as Tv’s são conectadas aos computadores para acessar a Internet. O cinema continua inovando e criando. O que antes era possível apenas em nossa imaginação, como CD’s, DVD’s e uma série de aparatos, trazem novas formas de entretenimento. Depois de todas essas discussões, será que podemos separar as imagens dos sons ou isso é ilusão?
REFERÊNCIAS:
Arte / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. – 336 p
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