Aprendizagem escolar e a teoria Piagetiana

Compreenda a relação entre a aprendizagem escolar e a teoria Piagetiana:

A aprendizagem é a modificação da experiência resultante do comportamento no sentido restrito (específico) aprender que alguma coisa se chama “sol”, “cachorro”, ou no sentido amplo “aprender a estruturar todos os objetos no universo em sistemas hierárquicos de classificação” (KAMII, 1991, p.22). Na Figura 42 vemos um exemplo de aprendizagem de forma restrita.

Aprendizagem escolar e a teoria Piagetiana

Para Belonsi (2009) o desenvolvimento e aprendizagem estão interligados entre si, sendo assim, a aprendizagem de operações, fatos, ações, procedimentos práticos ou leis físicas dependem do nível cognitivo do sujeito, quer dizer, que o grau de desenvolvimento é determinante e torna inexequível uma nova aquisição a um indivíduo que não está capacitado para ela, porque a compreensão de problemas somente é possível no momento evolutivo adequado.

Ainda para Belonsi (2009) ao definir-se as fases de desenvolvimento da inteligência é necessário analisar o fato de que o indivíduo adquire novos conhecimentos ou estratégias de sobrevivência, de entendimento e perspectiva da realidade. A compreensão deste processo é fundamental para que os educadores possam também compreender com quem estão trabalhando e quem estão educando (BELONSI, 2009).

Conforme Lima (1980) o educador não pode esperar que a obra de Jean Piaget ofereça uma didática específica sobre como desenvolver a inteligência do educando, ele nos expõe e discorre sobre cada fase de desenvolvimento, apresentando características e possibilidades de crescimento da maturação ou de aquisições. Conhecendo essas possibilidades, estimula educadores a oferecer estímulos adequados a um maior desenvolvimento do indivíduo, para tanto Lima nos diz que:

Aceitar o ponto de vista de Piaget, portanto, provocará turbulenta revolução no processo escolar (o professor transforma-se numa espécie de ‘técnico do time de futebol’, perdendo seu ar de ator no palco). Quem quiser segui-lo tem de modificar, fundamentalmente, comportamentos consagrados, milenarmente (aliás, é assim que age a ciência e a pedagogia começa a tornar-se uma arte apoiada, estritamente, nas ciências biológicas, psicológicas e sociológicas). Onde houver um professor ‘ensinando’… aí não está havendo uma escola piagetiana! (LIMA, 1980, p. 131)

As teorias piagetianas abrem campo de estudo não somente para a psicologia do desenvolvimento, mas também para a sociologia e para a antropologia, além de permitir que os pedagogos tracem uma metodologia baseada em suas descobertas. Piaget situa o problema epistemológico, o do conhecimento, ao nível de uma interação entre o sujeito e o objeto, e segundo Dolle (1974, p.52) “essa dialética resolve todos os conflitos nascidos das teorias, associacionistas, empiristas, genéticas sem estrutura, estruturalistas sem gênese, entre outros; e permite seguir fases sucessivas da construção progressiva do conhecimento”.

O Educador

Ao optarmos por trabalhar com o Construtivismo, Figura 43, devemos antes de mais nada conhecer as concepções que uma criança tem da língua escrita. Coerentemente, sabe-se que a compreensão da criança é diferente da compreensão dos adultos, ficando a cargo do educador entender esse processo. Cabe também ao educador resgatar na criança as conquistas já realizadas por elas, objetivando estimular seu conhecimento e assimilação.

Aprendizagem escolar e a teoria Piagetiana

Os educadores da Educação Infantil devem entender as ideias, iniciativas, feituras da criança e saber respeitá-las, vendo-as como construções autênticas e legitimas, a fim de estimular o construtivismo (NUNES, 1990). Para tanto, o educador deve criar desafios para seus educandos em contextos que façam sentido para eles, estimulando a criticidade, a pesquisa, a discussão, o debate (FOSSILE, 2010).

O ambiente alfabetizador

O construtivismo é um defensor de que as crianças da Educação Infantil devem ter contato com a língua escrita, onde o educador, ao ler para a criança, proporcionará a esta a percepção da leitura em si, e com isso, adquira interesse em escrever, para tanto a leitura e a escrita devem estar sempre presentes no contexto alfabetizador (NUNES, 1990). Após essa evidenciação, torna-se mais fácil e evidente as ideias que a criança tem de escrita e leitura.

Todos “os processos que ocasionam mudanças nas concepções infantis devem ser ligados aos conflitos gerados pela interação sujeito-objeto” (NUNES, 1990). Para Fossile (2010, s/p.) “a sala de aula deve ser enriquecida com atividades que englobem discussão, reflexão e tomada de decisões; os alunos são os responsáveis pela defesa, pela justificativa e pelas ideias”.

FONTE:

Teorias da educação [recurso eletrônico] / Cíntia Moralles Camillo, Liziany Müller Medeiros. – Santa Maria, RS : UFSM, NTE, 2018.

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