A relação da mitologia com as imagens e sons

Destaca-se o trecho do Velho Testamento.

  • “Deus disse: ‘Faça-se à luz’! – e a luz se fez”. (Gênesis, I, 1-3)

O som da voz de Deus (verbo) dá origem à luz (imagem) após a criação do céu e da terra.

Além da Bíblia, podemos ver no mito da tribo Arecuná, entre o Brasil e a Guiana, analisado pelo antropólogo Lévi-Strauss, relações entre o som e a imagem.

  • “O arco-íris é uma serpente d´água que é morta pelos pássaros, cortada em pedaços e a sua pele multicolorida repartida entre os animais. Conforme a coloração do fragmento recebido por cada um dos bichos, ele ganha um som de seu grito particular e a cor de seu pelo ou da sua plumagem”. (Wisnik, 2005)

Percebemos nesse texto a relação entre o som produzido por cada animal e as cores roubadas da serpente arco-íris, demonstrando como o som e a cor fazem parte da mitologia e do imaginário de diferentes povos.

A relação da mitologia com as imagens e sons

Propor-ações

Os gregos descobriram a partir da observação do mundo que os rodeava as proporções comuns à natureza. Pitágoras (582-497 a.C.) percebeu a existência de uma proporção existente nos sons, a “divisão harmônica”, depois Euclides (365-300 a.C.) chegou por meio da geometria à “proporção áurea” que Leonardo da Vinci chamava de divina proporção.

Com o tempo, esses conhecimentos passaram a ser utilizados em diferentes formas de Arte, e até em nossos dias isso ainda ocorre na arquitetura, pintura, escultura e, é claro, na música.

A relação da mitologia com as imagens e sons

Sons que contam uma história

Na Grécia, Aristóteles (384-322 a.C.) definiu em sua “Poética” a estrutura necessária à tragédia teatral. Para isso, organizou seis elementos essenciais à encenação, entre eles o que considerava o mais importante era a “melopéia”, forma de organização musical criada a fim de acompanhar a narrativa. No teatro indireto, ou seja, sem a presença direta de atores, a música também desempenhava importante papel. O teatro de sombras Chinês que muitos pesquisadores consideram a origem do cinema, era encenado sempre com a presença de músicos. Ao contrário das imagens, os sons são invisíveis, a música não tem a capacidade de expressar exatamente determinada imagem como algumas pinturas ou fotos. No entanto, a música pode transmitir certas emoções que lembrem imagens ou situações, é o que acontece nas trilhas sonoras do cinema, que veremos mais adiante.

Resumo da ópera

A palavra ópera vem de “opus” que, em latim, significa “obra”. Nascida nas prósperas cidades italianas do Renascimento, definiu sua forma narrativa e dramática no período barroco, por meio do trabalho de Monteverdi (1567-1643). Uma prática realizada no barroco e vista atualmente como extremamente grotesca, foi a tradição dos castrati. Meninos que mostravam potencial na Arte de cantar eram escolhidos e castrados, a fim de preservar sua voz aguda e terem a possibilidade de fazer grande sucesso nas óperas. Na época, ter um castrati na família era motivo de status.

Muitos compositores importantes escreveram óperas neste período como Scarlatti, Handel, Lully entre outros. Mas foi Wagner (1813-1883), um dos compositores que propôs mais inovações na ópera, buscando a criação da “obra de arte completa”, na qual várias formas de Arte se integravam. As óperas, então, tornaram-se verdadeiras superproduções nas quais a música, a dança, as artes plásticas e o teatro estavam integrados a fim de desenvolver a história.

A relação da mitologia com as imagens e sons

Você já deve ter assistido na televisão a um musical ou a filmes em que a estória é narrada pela música. Esses filmes são como versões modernas das óperas, e foram amplamente produzidos em vários países na década de 1950.

Você sabia que nos anos 60 e 70 do século XX algumas bandas de rock criaram a “Ópera Rock”? Na Inglaterra, grupos como o The Who e o Queen lançaram discos nos quais a música contou os conflitos da vida dos jovens da época. Alguns desses discos transformaram-se em filmes como Tommy (1975) e Quadrophenia (1979), outros foram criados para o teatro e depois lançados no cinema, como Hair (1979) e Jesus Cristo Superstar (1970).

No estado do Paraná, foram montadas diversas óperas, a exemplo da obra de Richard O’Brien, Rocky Horror Show apresentada em 1981, no Teatro Guaíra, com direção de Antonio Carlos Kraide e com a execução musical da banda de rock Blindagem. Esta ópera-rock foi criada inicialmente para um espetáculo norte-americano, que também se tornou filme em 1975.

REFERÊNCIAS:

Arte / vários autores. – Curitiba: SEED-PR, 2006. – 336 p


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